Novo lote de caças SU-34 é entregue à Força Aérea da Rússia em meio à guerra na Ucrânia, e reforça estratégia de Putin para manter domínio aéreo sob sanções

A Força Aeroespacial Russa recebeu recentemente mais um lote de Caças Bombardeiros SU-34, uma aeronave essencial na estratégia de guerra da Rússia na Ucrânia. O SU-34, também conhecido pela designação da OTAN como “Fullback”, tem desempenhado um papel central nos ataques russos desde o início do conflito, sendo frequentemente destacado por sua capacidade de atacar alvos táticos com precisão mesmo em regiões altamente defendidas.
Projetado a partir da plataforma do lendário SU-27, o SU-34 não foi concebido para combates aéreos, mas sim para missões de ataque de longo alcance. Seu diferencial está na habilidade de operar em ambientes hostis, de dia ou à noite, mesmo sob cobertura de radares inimigos e sistemas antiaéreos modernos. Ele é um dos poucos caças com configuração lado a lado para os pilotos, facilitando a coordenação em missões extensas e complexas.
Equipado com aviônicos de última geração, o SU-34 conta com radares de alta precisão, sistemas integrados de navegação e designação de alvos, além de uma suíte de guerra eletrônica que aumenta sua proteção contra mísseis guiados e interferências. Seu arsenal é vasto e inclui desde bombas convencionais até mísseis ar-terra e bombas planadoras com guiagem de precisão, o que o torna uma ferramenta versátil para ataques a infraestrutura crítica.
A comparação mais próxima no Ocidente seria com o F-15E Strike Eagle, utilizado pela Força Aérea dos Estados Unidos, ou com o europeu Tornado. Ambos compartilham o conceito de aeronaves de ataque tático capazes de voar em baixas altitudes e atingir alvos com precisão. No entanto, diferentemente do F-35, que aposta em furtividade, o SU-34 investe em velocidade, alcance e resistência. Sua capacidade de voar milhares de quilômetros com até 12 toneladas de armamento o transforma em um vetor ofensivo estratégico.
Apesar das severas sanções econômicas impostas ao país, a Rússia conseguiu não apenas manter como também ampliar a produção do SU-34. Segundo a estatal russa Hostek, a fabricação da aeronave mais que dobrou nos últimos dois anos. A prioridade na produção do SU-34, em detrimento de modelos como o SU-35, revela o papel central que essa aeronave ocupa na doutrina militar russa atual, especialmente nas frentes de batalha ucranianas.
Dentro do conflito que já ultrapassa os três anos, o SU-34 destacou-se como principal vetor de lançamento de bombas planadoras, algumas com até três toneladas de peso, capazes de atingir alvos a mais de 70 km com precisão de poucos metros. Essas bombas foram utilizadas para neutralizar depósitos de munição, centros logísticos e até instalações civis de alto valor estratégico. Autoridades russas, como o vice-diretor da Hostek, classificam o SU-34 como “insubstituível”, ressaltando sua manobrabilidade, capacidade de adaptação e resistência em combate.
No entanto, o desempenho do SU-34 não está isento de perdas. Estima-se que cerca de 40 unidades tenham sido abatidas desde o início do conflito, principalmente devido à natureza arriscada de suas missões, que exigem incursões em áreas densamente protegidas por sistemas antiaéreos modernos fornecidos pelos aliados da Ucrânia. Ainda assim, para os comandantes russos, os resultados compensam os riscos, dada a eficiência da aeronave em cumprir seu papel tático.
A informação foi divulgada por “Hoje no Mundo Militar”, e ressalta que a intensificação da produção do SU-34 atende à necessidade urgente de Vladimir Putin em garantir uma plataforma de ataque confiável, robusta e de longo alcance, capaz de sustentar a pressão sobre as linhas inimigas. Mesmo não sendo uma aeronave invisível, o SU-34 representa o esforço russo de manter a iniciativa aérea e compensar suas limitações tecnológicas com poder de fogo e logística.