A Força Aérea no coração dos brasileiros — As missões vitais executadas pela FAB
No último domingo (23/02), uma aeronave C-95 Bandeirante da Força Aérea Brasileira (FAB) realizou uma missão crucial, transportando um coração de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para Fortaleza, no Ceará. Essa operação exemplifica o papel vital que a FAB desempenha no transporte de órgãos no Brasil, atuando em parceria com o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) para garantir a segurança e rapidez no transporte de órgãos, tecidos e equipes médicas por todo o país.
As missões vitais da FAB
Desde 2016, ano em que o transporte de órgãos feitas pela FAB foi regulamentado, a Força Aérea realizou mais de 1.787 missões, transportando mais de 2.000 órgãos até março de 2024.
Os órgãos mais comuns transportados são fígado e coração. Esquadrões como o 6º Esquadrão de Transporte Aéreo (6º ETA) e o Primeiro Esquadrão de Transporte Aéreo (1°ETA) – Esquadrão Tracajá – são fundamentais nesse esforço.
Aeronaves como o Phenom U-100, C-97, C-95 e C-98 são utilizadas para essas missões.
Legislação de transporte de órgãos pela FAB
O decreto nº 8.783/2016 regulamentou o apoio da FAB no transporte de órgãos, e há projetos para tornar isso lei.
O Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) coordena a distribuição dos órgãos, trabalhando em conjunto com a Central Nacional de Transplantes (CNT) e as Centrais Estaduais de Transplantes.
Os maiores desafios no transporte de órgãos
O transporte de órgãos no Brasil enfrenta vários desafios significativos. Um dos principais obstáculos é a dificuldade de acesso a regiões remotas, devido às dimensões continentais do país, o que muitas vezes exige a utilização de UTIs aéreas.
Além disso, o transporte é extremamente caro, especialmente quando se utiliza UTIs aéreas, criando dificuldades financeiras para pacientes sem seguro de saúde.
Outro desafio é a logística complexa envolvida no processo de transporte de órgãos. A coordenação precisa é essencial para garantir a preservação dos órgãos até o momento do transplante, o que demanda uma infraestrutura e capacitação adequadas. No entanto, a falta de investimentos nesses setores ainda é um problema, limitando a eficiência do transporte.
Contudo, um fator que pode ser considerado mais crítico é o tempo de isquemia, especialmente para órgãos como coração e pulmões. A demora no transporte pode comprometer a qualidade do órgão e impossibilitar o transplante, tornando ainda mais urgente a necessidade de soluções eficazes para esses desafios.
A FAB no coração dos brasileiros
O transporte de órgãos pela FAB é vital para garantir que os órgãos cheguem ao seu destino de forma rápida e segura, contribuindo para salvar vidas em um sistema que opera sob pressão constante.
Com a intensificação do apoio desde a assinatura do decreto presidencial, o processo tornou-se mais ágil e eficiente, reforçando o compromisso da FAB com a saúde pública no Brasil.