A verdade sobre o Suboficial da FAB, motorista por aplicativo, morto em assalto na Grande Natal

Um suboficial da Força Aérea Brasileira (FAB) foi morto a tiros durante um assalto que aconteceu na noite desta sexta-feira (14) em Parnamirim, na Grande Natal, segundo a Polícia Militar. A suspeita é de que o homem tenha sido baleado ao tentar reagir à abordagem dos criminosos. Segundo reportagem do G1, a vítima foi identificada pela PM como Ricardo Gonçalves da Silva, de 59 anos.
Ainda de acordo com a publicação, o crime aconteceu por volta das 21h. Ricardo tinha acabado de sair de casa num carro modelo Duster, de cor branca, quando foi abordado por criminosos que estavam em um veículo modelo Voyage preto, que tentaram assaltá-lo na avenida Avenida Perimetral Nosso Refúgio, no bairro Liberdade.
Após 33 anos de FAB, suboficial se tornou motorista por aplicativo
Após atirarem contra a vítima, os criminosos fugiram do local e roubaram outro veículo, uma caminhonete modelo Hilux, no mesmo bairro.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado para socorrer a vítima, mas a equipe constatou o óbito do suboficial. Em seguida, o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) foi acionado para realizar perícia na cena do crime e recolher o corpo.
De acordo com o depoimento da esposa dado à reportagem do G1, Ricardo passou 33 anos na Força Aérea Brasileira e, desde 2017, fazia viagens por aplicativo.
Após assalto, houve perseguição, mas ninguém foi preso
Após o latrocínio, a polícia reforçou patrulhamento em Parnamirim e uma equipe da Força Tática do 3º Batalhão da PM localizou a caminhonete roubada na comunidade de Pium.
Os militares começaram uma perseguição aos suspeitos, mas os criminosos abandonaram o carro e conseguiram fugir por uma área de mata.
No local, os policiais conseguiram apreender uma arma de fogo, além da caminhonete e pertences do proprietário do veículo, deixados para trás pelos bandidos. Ninguém foi preso.
Imprensa confunde reserva com reforma
A notícia sobre a morte brutal do suboficial Ricardo fala por si só. A violência campeia em diversos pontos do território brasileiro e não escolhe vítimas.
Sejam cidadãos comuns, sejam militares, da ativa ou da reserva, fardados ou à paisana, os criminosos não enxergam mais limite para suas ações.
A propósito da reportagem sobre o suboficial da FAB, morto em assalto e que trabalhava como motorista por aplicativo, precisamos evidenciar uma imprecisão da imprensa não especializada em temas militares.
Sua idade e sua graduação (suboficial) aliadas à informação dada pela esposa ao G1 de que ele estivera no serviço ativo por 33 anos, foram gatilhos suficientes para procurarmos elucidar uma confusão que amiúde vemos pela imprensa.
Com esses dados muito provavelmente Ricardo não era apenas da reserva da FAB, mas também reformado. Há uma diferença entre os dois institutos. A reforma é uma situação sutilmente diversa da reserva, na medida em que todo militar na reforma já passou pela reserva.
A Revista Sociedade Militar pesquisou o nome de Ricardo Gonçalves da Silva no Portal da Transparência. Há dois homônimos na FAB, um deles residia no Rio Grande do Norte, o outro no Rio de Janeiro. Ricardo ingressou na reserva remunerada em 2 de setembro de 2014. Em setembro do ano passado, tendo completado 10 anos, passou à condição de reformado.