Soldados vão ser substituídos por robôs nas guerras: Ucrânia investe R$ 750 milhões em 15.000 robôs de combate para a linha de frente

Nos últimos anos, a tecnologia tem moldado profundamente a maneira como os conflitos armados são travados.
A guerra na Ucrânia, que começou com a invasão russa em 2022, está transformando o campo de batalha de maneira impressionante, com a introdução de robôs de combate terrestres desempenhando um papel cada vez mais crucial.
A Ucrânia, em particular, tem investido pesadamente no desenvolvimento e na utilização de tecnologias autônomas para substituir a presença humana nas linhas de frente, especialmente no que diz respeito aos robôs militares.
O impulso para o uso de robôs na guerra moderna
De acordo com o diretor do departamento de aprovisionamento do Ministério da Defesa ucraniano, Hlib Kanevsky, até o final deste ano, a Ucrânia pretende implantar 15.000 robôs de combate terrestre nas suas frentes de batalha.
Esse movimento representa uma mudança dramática na guerra moderna, uma vez que esses robôs têm um papel multifacetado, desde reconhecimento tático até a eliminação de bombas e transporte de suprimentos.
Esses novos robôs não são uma novidade, já que a Ucrânia tem utilizado tecnologia autônoma avançada em suas operações militares desde o início do conflito.
Porém, o aumento exponencial da produção e da implementação desses robôs marca uma mudança significativa.
Se antes a tecnologia servia mais como um apoio, agora ela se torna a espinha dorsal de muitas operações militares no campo de batalha.
Robôs não são apenas substitutos das tropas, mas também uma forma de proteção.
Ao reduzir a exposição dos soldados a situações de risco, a Ucrânia pode preservar vidas humanas, garantindo uma vantagem estratégica.
Eles podem realizar tarefas como evacuação de vítimas, reconhecimento de áreas perigosas e até missões de ataque kamikaze.
A primeira batalha militar de robôs
Há exatamente um ano, ocorreu o que foi considerado a primeira batalha de robôs da história.
Na ocasião, robôs russos não tripulados, armados com lançadores de granadas e minas anti-tanque, entraram em combate na Ucrânia.
A resposta ucraniana veio com drones kamikaze, que atacaram as máquinas russas, levando o uso de robôs a um novo patamar.
A batalha, que pode ser vista como um marco, simboliza uma revolução no campo de batalha moderno.
As máquinas agora desempenham um papel essencial não apenas no suporte logístico, mas também em tarefas ofensivas e defensivas.
Essa combinação de robôs e drones reflete um novo tipo de guerra, onde a tecnologia ganha um protagonismo nunca antes visto.
Investimento crescente em tecnologia robótica
O impacto dessa revolução tecnológica não se limita à simples utilização de robôs no campo de batalha.
A Ucrânia tem aumentado substancialmente o seu investimento em robôs militares e sistemas autônomos.
De acordo com fontes governamentais, o Ministério da Defesa ucraniano destinou 150 milhões de dólares para o desenvolvimento e implementação de veículos terrestres não tripulados até o primeiro trimestre de 2025.
Este investimento reflete uma mudança estratégica significativa: enquanto as forças russas continuam a depender de estratégias tradicionais, a Ucrânia está apostando fortemente em uma abordagem assimétrica para enfrentar o poderio numérico superior do inimigo.
A revolução na guerra e a visão de futuro da Ucrânia
A diretora de operações da Brave 1, Nataliia Kushnerska, que lidera a plataforma de inovações de defesa do governo ucraniano, fez uma declaração reveladora ao The Telegraph.
Ela afirmou que os veículos terrestres não tripulados são vistos como a próxima revolução na guerra moderna, assim como os drones já são.
Para ela, os robôs representam uma resposta essencial à vantagem numérica das forças russas.
“A tecnologia, especialmente os veículos terrestres não tripulados, permite minimizar o envolvimento humano no campo de batalha, preservando a vida dos soldados ucranianos”, disse Kushnerska.
Este é um ponto crucial, pois a preservação de vidas humanas se tornou uma prioridade fundamental em um conflito onde as baixas são altas.
A estratégia da Ucrânia, portanto, não é apenas uma resposta ao poder militar da Rússia, mas uma tentativa de salvar vidas enquanto realiza operações de combate eficazes.
A guerra do futuro: robôs no comando
A utilização de robôs de combate terrestre e outros veículos autônomos na guerra pode se tornar uma tendência crescente.
Em um mundo cada vez mais dependente da tecnologia, a guerra moderna se torna mais uma batalha entre máquinas do que entre homens.
Enquanto os Estados Unidos e outros países desenvolvem suas próprias tecnologias de guerra robótica, o conflito ucraniano se tornou um campo de testes para esses sistemas.
Além disso, a tecnologia de drones e robôs autônomos não se limita apenas ao combate.
Ela inclui também aplicações em logística, como o transporte de alimentos, equipamentos e medicamentos em áreas de difícil acesso.
Isso representa um avanço significativo na guerra moderna, já que as forças militares podem manter linhas de suprimentos em movimento, mesmo nas áreas mais afetadas por combates intensos.