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Colômbia adquire 16 caças Gripen fabricados no Brasil por R$ 18,6 bilhões para modernizar sua defesa aérea

por Alisson Ficher Publicado em 04/04/2025
Colômbia adquire 16 caças Gripen fabricados no Brasil por R$ 18,6 bilhões para modernizar sua defesa aérea

A modernização da defesa aérea na Colômbia acaba de dar um grande passo, com a decisão do governo colombiano de adquirir uma nova frota de caças Gripen da fabricante sueca Saab.

Esta escolha marca o início de uma nova era para a Força Aérea Colombiana, que agora se prepara para substituir os antigos caças Kfir, que estiveram em operação desde a década de 1980.

A novidade não é apenas sobre a substituição de aeronaves, mas também sobre um fortalecimento estratégico da defesa nacional e uma crescente parceria com o Brasil.

Colômbia e a modernização de sua frota de caças

O presidente colombiano, Gustavo Petro, anunciou com entusiasmo que a Força Aérea da Colômbia será equipada com os caças de última geração Gripen E/F, fabricados pela Saab.

A escolha dos Gripen veio após uma análise cuidadosa das alternativas oferecidas por outros fabricantes, como os famosos F-16 dos Estados Unidos e os Rafale da França.

A decisão de optar pelo modelo sueco, no entanto, se baseou na tecnologia avançada dos Gripen e na capacidade de atender às necessidades específicas da Colômbia no cenário atual de defesa.

“Os caças Gripen são modelos de última geração e totalmente novos, com características semelhantes aos já implementados no Brasil. Este será um grande salto na nossa capacidade de defesa aérea”, afirmou o presidente Petro.

A declaração reflete não só a confiança na tecnologia sueca, mas também um reconhecimento de que o Brasil, que já opera esses caças, tem contribuído com a transferência de tecnologia e know-how para a América Latina.

A produção no Brasil: um passo estratégico para a indústria de defesa

Embora os Gripen sejam fabricados pela Saab, é importante destacar que uma parte significativa da produção ocorre no Brasil.

A Embraer, gigante brasileira do setor aeroespacial, desempenha um papel fundamental na produção de componentes e na montagem das aeronaves.

O Brasil se tornou um centro de produção local para os caças Gripen, o que também inclui treinamento de pilotos e desenvolvimento de infraestruturas de manutenção.

Essa colaboração entre o Brasil e a Suécia fortalece ainda mais os laços de cooperação regional e beneficia a indústria de defesa brasileira.

Não é à toa que, com a compra dos caças Gripen, a Colômbia se junta a um seleto grupo de países que contam com aeronaves fabricadas ou parcialmente produzidas em solo brasileiro.

“A Colômbia agora terá um caça que é não apenas de última geração, mas também um reflexo de nossa cooperação em defesa com o Brasil”, explicou um alto oficial da Força Aérea Colombiana.

A ideia é que, além de garantir a soberania nacional e melhorar a capacidade de resposta a ameaças, a Colômbia também se beneficie da infraestrutura de apoio a esses caças, já em operação no Brasil.

Investimentos sociais como parte do acordo

A compra dos caças Gripen vai além da simples aquisição de equipamentos militares.

O acordo entre a Colômbia e a Saab também inclui investimentos sociais significativos, que foram acordados como contrapartida no processo.

Essa inclusão de uma agenda social demonstra um esforço para equilibrar a modernização da defesa com o desenvolvimento socioeconômico do país.

O valor exato do contrato não foi totalmente divulgado, mas estima-se que a Colômbia pagará cerca de 15 trilhões de pesos colombianos (aproximadamente 3,65 bilhões de dólares) por 16 caças Gripen.

O montante representa um investimento considerável, mas o governo colombiano está comprometido em garantir que esse gasto traga benefícios não apenas para o setor de defesa, mas também para a população em geral.

Os investimentos sociais incluem iniciativas como a construção de uma fábrica de painéis solares, fornecimento de água potável para áreas carentes e a modernização de hospitais.

Esses compromissos visam melhorar a qualidade de vida da população colombiana, especialmente nas regiões mais afastadas e carentes.

Uma decisão estratégica em tempos de desafios fiscais

A decisão de modernizar a frota de caças ocorre em um contexto de desafios fiscais para o país.

A Colômbia tem enfrentado dificuldades econômicas recentemente, com cortes significativos no orçamento.

Entretanto, o governo de Petro considera que a modernização da defesa aérea é uma prioridade estratégica para o fortalecimento da soberania nacional e da segurança interna.

O presidente Petro ressaltou que, embora os recursos sejam escassos, a defesa nacional não pode ser negligenciada.

Para ele, a modernização da frota de caças é uma necessidade urgente para enfrentar as ameaças externas e internas, como o narcotráfico e os grupos armados ilegais, que continuam a ser uma grande preocupação para a Colômbia.

Alisson Ficher

Alisson Ficher