Justiça Militar: Nova ministra do STM defende pagamentos de R$ 200 e 300 mil, mas ressalta: ‘Sou contra penduricalhos’

Em entrevista à CNN Brasil, a nova ministra do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, a primeira mulher a assumir o cargo, foi questionada sobre a percepção da população em relação aos salários elevados e “super salários” dentro da Justiça Militar. Com valores que ultrapassaram R$ 200 mil e 300 mil em dezembro, a ministra explicou que se trata de pagamentos retroativos e defendeu a legalidade do processo.
“Contra penduricalhos, mas a favor da justiça”
Questionada sobre os altos valores, a ministra foi direta: “Eu sempre fui contra os penduricalhos que agregam subsídios dos magistrados”. No entanto, ela justificou os pagamentos: “Essa diferença foi paga e não foi só para o Superior Tribunal Militar. Todos os tribunais superiores receberam. Foram anos em que essas vantagens não tinham sido pagas porque não tinham sido autorizadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ)”.

Pagamentos retroativos e a defesa da ministra
Maria Elizabeth Rocha comparou o caso a um precatório. “É como se fosse um precatório que tivesse sido pago. Você discute e briga com o estado, e quando finalmente a justiça bate o martelo, você recebe com juros e correção”, explicou. Ela ressaltou que os valores elevados são resultado de anos de defasagem. “Quando foram pagos, geraram um montante de R$ 200 e poucos mil”, afirmou.
Remuneração digna ou privilégio?
A ministra defendeu a remuneração dos servidores públicos, mas criticou os excessos. “Ninguém enriquece e nem pode enriquecer dentro do serviço público, a não ser que seja rico de berço”, disse. Ela argumentou que carreiras de estado, como a magistratura, devem ser bem remuneradas para garantir dignidade e independência.
Críticas da sociedade e o papel da imprensa
Maria Elizabeth reconheceu o desconforto da sociedade com os altos salários. “A sociedade tem todo o direito de nos criticar”, afirmou. No entanto, ela pediu que a imprensa também reconheça os acertos da Justiça Militar. “Quando acertamos, não somos sequer elogiados”, destacou.
Transparência e o futuro da Justiça Militar
A ministra reforçou o compromisso com a transparência. “Essa Justiça estará sempre aberta para a imprensa e para a opinião pública”, garantiu. Ela também defendeu a modernização da Justiça Militar, incluindo a digitalização de processos históricos e a abertura para a sociedade.
A partir dos 46 minutos.