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Combustível do futuro é revelado e surpreende o mundo: não é hidrogênio, nem eletricidade, nem nuclear, mas pode revolucionar o planeta

por Alves 31/03/2025
Combustível do futuro é revelado e surpreende o mundo: não é hidrogênio, nem eletricidade, nem nuclear, mas pode revolucionar o planeta

Cientistas da Universidade de Michigan apresentaram ao mundo um novo tipo de combustível que pode transformar completamente o setor de energia. Ao contrário das tecnologias mais debatidas como hidrogênio, eletricidade ou energia nuclear, o novo combustível é a amônia. Segundo os pesquisadores, esse composto, já conhecido por seu uso na agricultura como fertilizante, agora se apresenta como uma promissora fonte energética de emissão zero.

A amônia, de fórmula química NH₃, é composta por nitrogênio e hidrogênio. Sua utilização como combustível é vista como uma alternativa viável aos combustíveis fósseis tradicionais, já que sua queima não emite dióxido de carbono (CO₂), o principal responsável pelo efeito estufa. Durante o processo de combustão, a amônia libera apenas vapor de água e nitrogênio, o que contribui diretamente para a redução das emissões poluentes na atmosfera.

A produção de amônia, no entanto, envolve um processo conhecido como Haber-Bosch, que transforma nitrogênio do ar e hidrogênio em amônia sob condições específicas de temperatura e pressão. Apesar de eficaz, esse método é altamente intensivo em energia. Por isso, os cientistas concentram esforços na criação de catalisadores mais eficientes que permitam a produção sustentável da substância em larga escala.

Amônia pode ser usada em motores de combustão interna e em veículos de transporte pesado

De acordo com os pesquisadores da Universidade de Michigan, a principal vantagem da amônia está em sua capacidade de fornecer energia sem liberar carbono. Além disso, o composto apresenta uma alta densidade energética por volume, o que o torna ideal para aplicações em transporte, geração de energia e até mesmo em veículos movidos a motores de combustão interna. Testes realizados mostram que a amônia funciona de maneira eficaz quando misturada com gasolina ou etanol.

O uso da amônia como combustível alternativo também vem sendo explorado no setor de transporte marítimo e em geradores de energia elétrica. O interesse se deve à facilidade de armazenar grandes quantidades de energia em um espaço reduzido, além do fato de a amônia poder ser liquefeita sob pressões moderadas, o que simplifica seu transporte e distribuição quando comparado ao hidrogênio, que exige condições mais extremas.

No entanto, ainda existem desafios significativos a serem superados antes da adoção em larga escala. A inflamabilidade da amônia exige cuidados especiais no armazenamento e no manuseio, o que impõe restrições técnicas e operacionais. Os cientistas trabalham em métodos que aumentem a segurança e viabilidade do combustível, especialmente para uso comercial e industrial.

Pesquisadores desenvolvem novos métodos de produção e estudam uso híbrido com combustíveis fósseis

Uma das alternativas em estudo é a produção de amônia por meio de métodos baseados em plasma, que podem reduzir os impactos ambientais do processo atual. A Universidade de Michigan lidera essas pesquisas e busca criar um sistema de produção que seja mais limpo, eficiente e compatível com fontes de energia renováveis.

Além da produção sustentável, os pesquisadores investigam o uso híbrido da amônia com combustíveis fósseis, o que permitiria uma transição mais suave para essa nova matriz energética. Com isso, seria possível reduzir as emissões sem a necessidade de substituir toda a infraestrutura energética existente, o que representa um atrativo para indústrias e governos.

O setor industrial já começa a observar o potencial da amônia como uma fonte de energia alternativa. Espera-se que, nos próximos anos, sua aplicação se amplie, principalmente em setores como transporte pesado, geração de energia em locais remotos e navios. A combinação da amônia com outras fontes energéticas visa reduzir o consumo de combustíveis fósseis e mitigar os impactos das mudanças climáticas.

Amônia também pode abastecer usinas e redes elétricas com energia limpa e de alta eficiência

Outro uso promissor está na geração de energia elétrica por meio de células a combustível alimentadas por amônia. Essa aplicação permitiria o fornecimento de energia em regiões isoladas ou fora da rede elétrica convencional. A densidade energética da amônia também se mostra útil para equilibrar a oferta e demanda de fontes renováveis como a solar e eólica, que são intermitentes.

A liquefação da amônia em condições mais simples que o hidrogênio também facilita sua armazenagem e transporte. Essa característica favorece sua integração nas cadeias logísticas já existentes, o que pode acelerar sua adoção global como combustível alternativo. A possibilidade de utilizar a mesma infraestrutura de transporte é uma das grandes vantagens do novo combustível.

A informação foi divulgada por Ecoticias, que relatou os avanços científicos da Universidade de Michigan e destacou os esforços internacionais em adotar essa fonte de energia. Países como Japão e Austrália já demonstraram interesse em implementar o sistema de amônia como parte de sua estratégia de transição energética, o que demonstra o alcance global da iniciativa.

Avanço nos estudos pode consolidar a amônia como protagonista da nova era da energia limpa global

Se os desafios tecnológicos forem superados, a amônia poderá se tornar uma peça-chave na construção de economias sustentáveis e de baixo carbono. A capacidade de armazenar grandes quantidades de energia, seu transporte facilitado e o fato de não emitir carbono a tornam uma das alternativas mais viáveis ao modelo atual baseado em combustíveis fósseis.

O trabalho contínuo de universidades, indústrias e governos ao redor do mundo indica que o futuro da energia pode ser moldado por soluções até então pouco exploradas, como a amônia. O próximo passo é desenvolver métodos de produção que utilizem fontes renováveis, tornando o combustível 100% limpo e acessível para todos.