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Caça F-16 entra em ação e vira o jogo na guerra aérea: Força Aérea da Ucrânia ataca posições russas e pilotos dos EUA estão surpresos com os resultados das missões

por Alves 31/03/2025
Caça F-16 entra em ação e vira o jogo na guerra aérea: Força Aérea da Ucrânia ataca posições russas e pilotos dos EUA estão surpresos com os resultados das missões

A Ucrânia iniciou uma nova fase na guerra aérea contra a Rússia ao empregar seus caças F-16 em missões ofensivas, após meses utilizando os jatos apenas na defesa contra mísseis e drones inimigos. A mudança de estratégia foi revelada em uma entrevista exclusiva divulgada em 27 de março pelo jornal Kyiv Post, na qual um piloto ucraniano detalhou como as novas aeronaves fornecidas pelos Estados Unidos estão sendo utilizadas em operações de ataque diário contra posições russas.

O piloto, cuja identidade foi preservada por segurança, relatou que os caças norte-americanos estão sendo empregados em pelo menos duas grandes missões ofensivas por dia. Ele confirmou que a Ucrânia tem obtido sucesso na maioria das incursões, graças ao suporte de inteligência avançada que permite aos militares saberem antecipadamente quais são os alvos russos prioritários. Segundo ele, mais de 80% dos mísseis lançados atingem com sucesso seus objetivos.

Apesar de evitar fornecer detalhes técnicos das operações para não comprometer a segurança, o piloto explicou que a eficácia dos ataques está diretamente ligada à qualidade da inteligência recebida. Ele também ressaltou que a suspensão temporária do compartilhamento de informações militares por parte dos Estados Unidos, no início de março, não afetou a capacidade da Ucrânia de planejar suas missões, já que o fluxo de dados foi restabelecido dias depois.

Outro fator que chama atenção é a mudança no perfil dos alvos. Os caças F-16 passaram a atacar depósitos, bases e posições de drones russos antes que esses equipamentos sejam lançados, além de interceptar alvos em pleno voo. A nova capacidade de realizar ofensivas representa uma evolução significativa nas táticas ucranianas, que antes se limitavam principalmente à defesa com jatos da era soviética.

Novas ofensivas com F-16 permitem ataques mais precisos contra alvos russos estratégicos e ampliam o impacto das ações da força aérea

Antes da chegada dos F-16, a Força Aérea da Ucrânia dependia de caças como o Mikoyan MiG-29, o Sukhoi Su-24, Su-25 e Su-27 — todos modelos fabricados durante a União Soviética. Embora ainda operacionais, essas aeronaves são amplamente conhecidas pelos militares russos, o que facilita seu rastreamento e neutralização em combate.

How USAF Helped Ukraine Upgrade Its F-16 Electronic Warfare

O F-16, por outro lado, é menor, mais leve e mais manobrável. Essas características dificultam sua detecção por radares e proporcionam vantagem em manobras aéreas. Segundo análises anteriores, o F-16 tem alcance de até 2.000 milhas, enquanto o MiG-29 atinge no máximo 1.392 quilômetros náuticos. Além disso, a aeronave americana oferece visibilidade superior ao piloto, com uma cobertura em formato de bolha que permite visão traseira, algo ausente nos caças soviéticos.

Outro diferencial apontado por especialistas entrevistados anteriormente por veículos internacionais é o sistema de radar do F-16. Enquanto o MiG-29 rastreia apenas um alvo por vez, o F-16 pode monitorar múltiplas ameaças simultaneamente, agindo como uma espécie de centro de comando aéreo durante missões conjuntas com aeronaves mais antigas.

Nas novas ofensivas, o F-16 tem servido tanto como escolta quanto como vetor de ataque principal, permitindo que os antigos caças ucranianos atuem com mais segurança. Essa integração ampliou o leque de missões que podem ser realizadas, incluindo bombardeios de precisão em áreas fortificadas e postos de comando russos.

Bombas guiadas SDBs e JDAM-ER ampliam poder ofensivo dos F-16 ucranianos contra infraestrutura e quartéis militares da Rússia

A recente introdução de bombas guiadas no arsenal ucraniano também tem sido um fator importante no sucesso das novas missões. Entre os armamentos destacados estão as SDBs (Small Diameter Bombs), bombas de 250 libras com capacidade de guiagem via GPS, e as JDAM-ER, versões planadoras da munição Joint Direct Attack Munition com alcance de até 81 quilômetros.

Essas armas permitem que os caças F-16 ataquem alvos fixos com precisão, mesmo a grandes distâncias. A combinação dessas bombas com os sistemas de detecção dos F-16 permite à Ucrânia realizar ataques cirúrgicos com risco reduzido para os pilotos. Imagens de F-16 ucranianos armados com essas munições já começaram a circular em redes sociais e veículos de imprensa especializados.

De acordo com fontes militares, os Estados Unidos possuem cerca de 24 mil unidades de SDBs e 2 mil suportes para essas bombas. O custo estimado por unidade é de aproximadamente 40 mil dólares, tornando-as relativamente baratas para seu impacto. Já as JDAM-ER, introduzidas em 2015, foram fornecidas em quantidade limitada à Ucrânia, mas são vistas como uma arma extremamente eficaz no campo de batalha.

Segundo relatos, essas munições têm sido utilizadas em operações recentes na região de Kursk, onde a Ucrânia teria conseguido avanços significativos sobre as posições russas. A atuação dos F-16 nesses ataques teria sido fundamental para causar prejuízos consideráveis às infraestruturas e centros de comando russos.

Sistema de mísseis ar-ar dos F-16 reforça defesa contra drones Shahed e mísseis de cruzeiro lançados por forças russas

Apesar do foco atual nas ofensivas, os F-16 continuam sendo utilizados para interceptações e defesa aérea. A aeronave pode ser equipada com diferentes tipos de mísseis ar-ar, como o AIM-120C, AIM-9M e AIM-9X, todos projetados para eliminar ameaças aéreas como mísseis de cruzeiro e droneGripen-EImagem gerada por IA

O AIM-120C, por exemplo, tem alcance de 81 quilômetros e velocidade de Mach 4. Já o AIM-9X, considerado a versão mais moderna da linha Sidewinder, possui sistema de orientação por infravermelho e direção a jato, melhorando sua precisão e agilidade. O arsenal diversificado permite que os caças reajam a uma ampla gama de ameaças em diferentes altitudes e velocidades.

Segundo o comando da Força Aérea ucraniana, um piloto foi capaz de derrubar seis mísseis de cruzeiro russos em uma única missão, fato que teria impressionado até os militares norte-americanos. Essas operações demonstram a diferença de performance entre os caças F-16 e os modelos da era soviética utilizados anteriormente.

A ameaça representada pelos drones Shahed, de fabricação iraniana e amplamente usados pela Rússia, também é uma prioridade para os pilotos ucranianos. A versão mais recente do Shahed 136 passou a carregar ogivas de até 98 quilos, o que aumenta seu poder destrutivo, mas reduz seu alcance para cerca de 650 quilômetros — limitação que os ucranianos tentam explorar com ataques preventivos a depósitos e bases de lançamento.

F-16 permitem ações mais ousadas e indicam uma possível virada da Ucrânia no domínio dos céus contra caças russos mais modernos

Com a incorporação dos F-16 e a chegada constante de mais aeronaves e munições, a Ucrânia demonstra estar preparada para um novo estágio da guerra aérea. Embora ainda haja restrições quanto à atuação direta contra caças russos modernos, as ofensivas de precisão têm sido eficazes para minar a capacidade ofensiva do adversário.

Segundo o piloto entrevistado pelo Kyiv Post, a Ucrânia ainda trabalha para melhorar suas capacidades contra bombas planadoras russas, mas destaca que esforços complexos estão em andamento para aprimorar a detecção e neutralização dessas ameaças. Entre as medidas, estão incluídas estratégias de guerra eletrônica para interromper os sistemas de direcionamento desses armamentos.

A Força Aérea ucraniana também tem se empenhado em proteger as áreas mais vulneráveis, concentrando os F-16 em regiões críticas como o leste da Ucrânia e zonas de fronteira com a Rússia. A flexibilidade operacional dos caças norte-americanos permite que sejam deslocados com rapidez para onde forem mais necessários.

A informação foi divulgada por The Military Show e pelo canal brasileiro O Show Militar, com base em uma entrevista exclusiva publicada pelo jornal Kyiv Post em 27 de março, e confirmada por detalhes adicionais relatados pelo Euromaidan Press. As fontes demonstram a crescente capacidade da Ucrânia de usar a aviação moderna para equilibrar as forças diante da superioridade aérea russa.

Com os F-16 ganhando protagonismo nas operações militares ucranianas, o cenário aéreo do conflito pode mudar drasticamente nos próximos meses. A combinação de superioridade tecnológica, precisão ofensiva e apoio de inteligência internacional tem colocado a Ucrânia em posição de pressionar a Rússia de forma mais eficaz nos céus.