Passados 4 meses, Exército não identificou quem está por trás do drone flagrado espionando instalações militares e aldeias indígenas na fronteira

O Exército, por meio do Comando Militar do Norte, afirmou que não identificou o operador do drone flagrado próximo às instalações militares do Pelotão Especial de Fronteira (PEF) Tiriyós no final de setembro de 2024. Na época, a equipe responsável pela vigilância tentou abater a aeronave remotamente pilotada, mas não teve sucesso.
A resposta da Força Terrestre aconteceu no dia 31 de janeiro após pedido de acesso à informação no Fala BR, gerido pela CGU (Controladoria-Geral da União).
À Agência Pública, que reportou o fato em primeira mão em 18 de outubro de 2024, o Exército admitiu que “a presença desse tipo de equipamento é indicadora da tentativa de levantamento de informações com potencial para comprometer a segurança dos integrantes do Pelotão, bem como das comunidades próximas”.
O PEF Tiriyós fica no parque Indígena Tumucumaque, onde vivem cerca de 3 mil indígenas das etnias Tiryó, Akuriyó, Aparai, Wayana, Kaxuyana e 2 grupos isolados, próximo à fronteira com o Suriname.
Em resposta ao pedido de informação do portal Sociedade Militar, o Exército disse também que não descobriu quem estava levantando informações sobre o Pelotão e negou que continue a haver movimentações estranhas na região.
Segundo a liderança indígena Juventino Pesirima Kaxuyana, que conversou com a Agência Público em outubro de 2024, os indígenas vinham percebendo a presença de homens escondidos ou caminhando na mata, além dos drones.
“Essas pessoas estranhas estão invadindo o território. Eles não chegaram pela trilha que a gente costuma caminhar para chegar nas aldeias. Eles chegaram por trás das aldeias, vindo da fronteira. Ninguém sabe quem é esse pessoal. A comunidade pensava que era alguém que tinha ido caçar na região, mas não era”.