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Pelotão do Exército e da FAB está sendo espionado por elementos estranhos na fronteira: Soldados tentam abater drone que colhe informações e compromete segurança de instalações militares

por Campos Publicado em 20/10/2024
Pelotão do Exército e da FAB está sendo espionado por elementos estranhos na fronteira: Soldados tentam abater drone que colhe informações e compromete segurança de instalações militares

O Exército tentou abater, sem sucesso, um drone avistado próximo às instalações militares do Pelotão Especial de Fronteira (PEF) Tiriyós, localizado na floresta amazônica do Pará, fronteira com Suriname.

O fato aconteceu no final do mês de setembro, mas veio a público no último dia 18 de outubro por meio de reportagem da Agência Pública.

Entretanto, o avistamento do drone foi apenas um dos fatos estranhos que têm acontecido na região e deixado os cerca de 3 mil indígenas Tiriyó, Akuriyó, Wayana, Kaxuyana e outros grupos isolados em alerta total.

Segundo os indígenas ouvidos pela Agência Pública, há homens escondidos ou caminhando na mata e o sobrevoo regular de ao menos 2 drones que passaram em dezenas de aldeias. 

Segundo Juventino Pesirima Kaxuyana, liderança indígena, foram avistadas 9 pessoas estranhas nos últimos dias, com roupa camuflada. Como os homens agem diferente dos garimpeiros, os povos locais acreditam se tratar de traficantes e temem que quando o Exército for embora, os bandidos ataquem as aldeias. 

“Essas pessoas estranhas estão invadindo o território. Eles não chegaram pela trilha que a gente costuma caminhar para chegar nas aldeias. Eles chegaram por trás das aldeias, vindo da fronteira. Ninguém sabe quem é esse pessoal. A comunidade pensava que era alguém que tinha ido caçar na região, mas não era”.

Além do Exército, o PEF também conta com pessoal da Aeronáutica e está localizado a mais de 400 km de Macapá (AP) e 1,9 mil km de Belém (PA). A região não é ligada por estradas e só pode ser acessada por meio de aviões ou caminhos mata adentro.

O Centro de Comunicação Social do Exército confirmou o ocorrido narrado pelos indígenas e ainda acrescentou que “a presença desse tipo de equipamento é indicadora da tentativa de levantamento de informações com potencial para comprometer a segurança dos integrantes do Pelotão, bem como das comunidades próximas”.

“Por esse motivo, a equipe responsável pela vigilância realizou procedimento para abatê-lo, porém, sem sucesso. Até o presente momento o Exército não identificou o operador do drone, mas continua monitorando”.

Na nota, o Exército destacou ainda “que há orientações expressas para que os militares que operam na faixa de fronteira sempre reajam a quaisquer ameaças que coloquem em risco as comunidades em território brasileiro” e que as tropas “seguem vigilantes, atentas ao seu mister constitucional, mantendo-se prontas para cumprirem a sua missão na faixa de fronteira”.

Campos

Campos

Bacharel em Jornalismo com experiência na cobertura política, econômica e militar.