Fraude no 7º RCMec: Tenente do Exército e esposa envolvidos em desvio de R$ 151 mil! Denúncia já foi aceita pela Justiça.

Um esquema de desvio de dinheiro público foi descoberto no 7º Regimento de Cavalaria Mecanizado (7º RCMec) em Santana do Livramento/RS, envolvendo um 1º tenente, sua esposa e dois empresários. A Procuradoria de Justiça Militar (PJM) de Bagé/RS ofereceu denúncia por corrupção, e a 2ª Auditoria da 3ª Circunscrição Judiciária Militar aceitou a denúncia, informa o Ministério Público Militar.
A investigação, batizada de “Operação Química”, revelou transferências bancárias suspeitas do grupo empresarial dos civis para a conta da esposa do oficial, que era chefe do Aprovisionamento do 7º RCMec. O valor total das transferências identificadas é de R$ 5.080,00, e as transações ocorreram pouco tempo depois de o 7º RCMec ter feito pagamentos ao grupo empresarial.
O tenente, como chefe do Aprovisionamento, tinha o poder de direcionar as compras de gêneros alimentícios para as empresas que quisesse, além de ser o responsável por atestar o recebimento das mercadorias. Essa função facilitava a prática de desvios, como a compra de produtos em quantidades excessivas ou desnecessárias, que eram pagas com dinheiro público, mas não entregues pelos fornecedores.

A PJM suspeita que o objetivo das transferências bancárias era manter uma “boa relação” entre o grupo empresarial e o militar. Os empresários alegam desconhecer a beneficiária das transferências, e o tenente e sua esposa não souberam explicar a origem do dinheiro.
O caso é mais um capítulo da “Operação Química”, que investiga fraudes na compra de alimentos por organizações militares em todo o país. O esquema de corrupção no 7º RCMec causou um prejuízo de R$ 151.234,512 aos cofres públicos.
O 1º tenente já é réu em outro processo que tramita na 2ª Auditoria da 3ª CJM, também por corrupção passiva. Ele é acusado de receber propina para direcionar as compras de alimentos do Exército para determinadas empresas.
A “Operação Química” é um escândalo que envolve mais de 58 organizações militares e apura crimes como corrupção, peculato e associação criminosa. A investigação é um duro golpe contra a imagem do Exército e expõe a fragilidade dos mecanismos de controle interno.