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Comandante do Exército vai “sair” da caserna e voltar a dar declarações públicas sobre assuntos relevantes para os militares

por Campos 27/02/2025
Comandante do Exército vai “sair” da caserna e voltar a dar declarações públicas sobre assuntos relevantes para os militares

O Comandante do Exército, General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, vai abrir mais espaço em sua agenda para dar declarações públicas sobre projetos de Defesa e assuntos importantes para o país, sob a ótica militar.

As informações foram apuradas junto a interlocutores do Comandante pelo jornalista Robson Bonin, de Veja, e divulgadas em 23 de fevereiro.

Até então, Paiva estava recolhido devido à suspeição levantada sobre as Forças Armadas em decorrência do possível envolvimento de militares no plano de golpe de Estado, investigado pela Polícia Federal e PGR (Procuradoria-Geral da República). 

Tamanho era o receio de repercussões negativas de suas ações que o Exército contratou uma pesquisa por mais de R$ 700 mil pra captar a opinião pública sobre temas relevantes e quebrou tradição ao não divulgar a mensagem de fim de ano do Comandante às tropas

Agora, com o envio da denúncia da PGR ao STF (Supremo Tribunal Federal) que, na visão de José Múcio Monteiro separa os CPFs das instituições, o General estaria avaliando que já é possível virar a página. 

As Forças Armadas vêm enfrentando problemas de imagem institucional, revelados por pesquisas de confiança divulgadas nos últimos tempos. Os números mais recentes, encomendados pela CNN Brasil junto ao Instituto Atlas e divulgados em 15 de fevereiro, mostram que 7 em cada 10 brasileiros não confiam nos militares.

Por outro lado, 24% dos entrevistados disseram confiar no Exército, Marinha e Aeronáutica. O índice é o menor dos últimos anos. Já foi de 46% em 2023 e 36% em 2024, totalizando uma queda de 47,8% nesse período.

Segundo Andrei Roman, CEO do AtlasIntel, o número se deve ao fato de os militares terem ficado mais “calados” depois que o presidente Lula assumiu o governo, gerando atrito com bolsonaristas.

“Muitos bolsonaristas passaram a atacar o comando das Forças e de desqualificá-los como traidores, dizer que eles não tiveram coragem de se levantar para defender Bolsonaro”.

Entretanto, Roman argumenta que os militares seguem igualmente “queimados” com a esquerda, porém por motivos diferentes.