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Estados Unidos dão recomendações graves e Forças Armadas Brasileiras ignoram: Mesmo com suspeitas, Marinha autoriza navios do regime de Ebrahim Raisi

por Jefferson S Publicado em 07/09/2023 — Atualizado em 08/09/2023
Estados Unidos dão recomendações graves e Forças Armadas Brasileiras ignoram: Mesmo com suspeitas, Marinha autoriza navios do regime de Ebrahim Raisi

Em uma decisão que gerou controvérsias e debates intensos, as Forças Armadas do Brasil optaram por ignorar as graves recomendações feitas pelos Estados Unidos e autorizaram a atracação de navios de guerra iranianos em território brasileiro.

O Ministério da Defesa coordena as ações do Exército, Marinha e Aeronáutica, e especificamente por meio da Marinha do Brasil, é o responsável por analisar as solicitações de navios de guerra estrangeiros que queiram atracar em nossos portos ou navegar em nossas águas. 

Esta decisão, que ocorreu em fevereiro de 2023, foi amplamente discutida e analisada por especialistas e jornalistas, gerando uma série de artigos e reportagens sobre o tema.

Notícia publicada na Fox News
Notícia publicada na Reuters

De acordo com o artigo publicado anteriormente aqui na Revista Sociedade Militar em fevereiro de 2023, os Estados Unidos haviam feito uma recomendação expressa para que o Brasil não permitisse a entrada dos navios iranianos, alegando preocupações de segurança. No entanto, a Marinha do Brasil autorizou a entrada por meio de Despacho Decisório publicado no Diário Oficial pelo VICE-ALMIRANTE CARLOS EDUARDO HORTA ARENTZ.

Em maio do mesmo ano, durante audiência pública que ocorreu na Câmara dos Deputados, o Comandante da Marinha foi enfático ao afirmar que o Brasil não se sujeitaria a pressões externas e que o país exerceria sua soberania. Esta declaração foi vista como uma resposta direta às recomendações americanas e reforçou a posição do Brasil de manter relações diplomáticas independentes e soberanas.

O Almirante de Esquadra OLSEN afirmou: “…é uma questão de exercício efetivo da soberania. O País, como um país soberano — e entendo que foi esse o recado que o Ministro passou —, tem pleno exercício. O navio veio, atracou pelo período determinado, reabasteceu e seguiu viagem. Então, não houve envolvimento de outra natureza, mas apenas isso. É o exercício da soberania. O Brasil não pode se sujeitar, desde que não sejam apresentadas provas — e não foram apresentadas provas — de que o navio tinha armamento ou, enfim, tenha agredido qualquer norma internacional.”

No entanto, a visita dos navios iranianos ao Brasil não foi isenta de controvérsias. Em julho de 2023, surgiram desconfianças sobre o uso de drones espiões e o desembarque de equipamentos militares por parte dos iranianos. Estas suspeitas foram alimentadas por relatos de invasão do espaço aéreo brasileiro por uma aeronave militar americana, o que gerou ainda mais tensão nas relações entre os dois países.

A relação entre Brasil, Estados Unidos e Irã tem sido marcada por desconfianças e tensões. A presença dos navios iranianos em território brasileiro, somada às suspeitas de espionagem e à invasão do espaço aéreo por aeronaves americanas, evidencia a complexidade das relações diplomáticas entre estes países.

A decisão das Forças Armadas de autorizar a entrada dos navios iranianos, ignorando as recomendações americanas, pode ser vista como uma afirmação da soberania brasileira e da independência de suas decisões diplomáticas. No entanto, também levanta questões sobre a segurança nacional e as possíveis implicações desta decisão para as relações entre Brasil, Estados Unidos e Irã.

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Jefferson S

Jefferson S

Ex-militar das Forças Armadas com experiência em Gestão do Conhecimento e Inteligência Competitiva (Sebrae-RJ) e certificado como especialista de investimentos pela ANCORD, tendo atuado nos maiores escritórios da XP investimentos. Analiso e produzo conteúdos para a internet desde 2025, meu primeiro blog foi o "bizu de militar", onde passava dicas para os recrutas no Exército. Atuo na Sociedade Militar trazendo análises e conteúdos relacionados a Geopolítica, Tecnologia militar, Industria de Defesa e Inteligência Artificial.