Presidente é alertado por Comandantes das Forças Armadas: falta de recursos pode parar a FAB, atrasar o submarino nuclear e travar o míssil tático de cruzeiro no Brasil


Durante reunião no Palácio do Planalto nesta sexta-feira (2), os comandantes das Forças Armadas relataram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a grave crise orçamentária enfrentada pela Marinha, Exército e Aeronáutica. Segundo os chefes militares, a escassez de recursos já ameaça deixar aviões da Força Aérea Brasileira em solo por falta de combustível, além de comprometer projetos estratégicos como o submarino nuclear e o míssil tático de cruzeiro.
Com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, presente no encontro, os comandantes apresentaram um panorama alarmante: 91% do orçamento previsto para 2025 está comprometido com despesas obrigatórias, como salários e encargos. Isso deixa pouco espaço para custeio básico, manutenção e investimentos, o que tem resultado em contratos atrasados e operações comprometidas nas três Forças.
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O general Tomás Paiva (Exército), o almirante Marcos Olsen (Marinha) e o brigadeiro Marcelo Damasceno (Aeronáutica) também reforçaram junto ao presidente a necessidade de aprovação da PEC da Previsibilidade. A proposta prevê aumento gradual dos investimentos em Defesa Nacional com base no Produto Interno Bruto (PIB), até alcançar 2% em oito anos — patamar recomendado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
A medida, segundo os militares, garantiria continuidade em programas essenciais mesmo diante de trocas de governo. Atualmente, projetos estratégicos como o desenvolvimento do submarino com propulsão nuclear e do míssil tático de cruzeiro operam sob risco de paralisação por falta de recursos suficientes e previsíveis ao longo do tempo.
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A situação crítica se estende às despesas discricionárias, essenciais para o funcionamento das tropas em atividades cotidianas. No caso do Exército, os recursos previstos no Novo PAC chegam a R$ 1,43 bilhão, enquanto a necessidade mínima da Força Terrestre é de R$ 1,95 bilhão. A defasagem compromete desde o abastecimento de veículos até a operação em missões logísticas e treinamentos regulares.
A Aeronáutica, por sua vez, relatou o risco iminente de paralisação de aeronaves por falta de combustível. A Marinha também enfrenta dificuldades para manter contratos em dia, o que compromete a disponibilidade operacional de meios navais e a continuidade de programas de modernização em curso.
A informação foi divulgada por “cnnbrasil” e complementada com dados públicos disponíveis sobre o orçamento federal e os programas de investimento em Defesa Nacional.