Conheça o lendário caça da Força Aérea dos EUA: 104 vitórias, nunca abatido e agora ainda mais letal com a versão F-15EX

Ele nunca foi abatido. Com impressionantes 104 vitórias em combates aéreos e um histórico que desafia as leis da guerra moderna, o F-15 Eagle é mais que um caça, é uma lenda dos céus. Criado para dominar, ele superou décadas, conflitos e gerações tecnológicas, provando sua superioridade incontestável. Agora, de acordo com informações publicada no site da revista Asas, em uma era de ameaças emergentes, o ícone da Força Aérea dos EUA retorna em sua versão mais letal: o F-15EX segue relevante, atualizado e pronto para os desafios das próximas décadas.
Origem estratégica e avanços tecnológicos do caça F-15 da USAF
O desenvolvimento do F-15 da Força Aérea dos EUA, começou nos anos 60, quando o Pentágono lançou uma concorrência para projetar um novo caça de superioridade aérea. Quatro gigantes da indústria aeronáutica participaram: Fairchild Republic, North American Rockwell, General Dynamics e a então promissora McDonnell Douglas, que foi escolhida em 23 de dezembro de 1966. A escolha não foi à toa, a empresa já tinha no currículo projetos de sucesso como o A-4 Skyhawk e o F-4 Phantom II.
Entre os principais diferenciais do novo caça da USAF estava o radar com capacidade look-down/shoot-down, capaz de detectar e abater alvos voando a baixas altitudes, um salto tecnológico frente à doutrina de interceptadores voltados apenas para bombardeiros em grandes altitudes. No quesito armamento, o F-15 da Força Aérea dos EUA, levava quatro mísseis AIM-7 Sparrow, com guiagem semi-ativa e instalação conformal na fuselagem, além de mísseis AIM-9 Sidewinder para combate corpo a corpo.
Além disso, mesmo com seu grande porte, o caça da Força Aérea dos RUA, prometia desempenho superior aos concorrentes graças ao impulso de seus motores. Pela primeira vez, a USAF teria um jato com relação empuxo/peso de 1:1, permitindo aceleração vertical contínua, se tornando um marco na aviação militar.
Um ícone ganha asas e quebra recordes na Força Aérea dos EUA
A estreia do F-15 nos céus ocorreu em 27 de julho de 1972, na Base Aérea de Edwards, Califórnia, sob comando do piloto de testes Irv Burrows. Um mês antes, o fundador da McDonnell Aircraft, James S. McDonnell, já havia batizado o caça como “Eagle”. Apenas seis meses depois do voo inaugural, a USAF já autorizava a produção em série.
Logo, a aeronave começaria a quebrar recordes. Com velocidade máxima de Mach 2.5 e impressionante capacidade de subida, o F-15 da USAF fez história em 1975, ao atingir 98.425 pés (quase 30 km de altitude) apenas 3 minutos e 27 segundos após a decolagem, superando inclusive a marca de 102 mil pés naquele voo.
As primeiras entregas ocorreram em 13 de novembro de 1974, com o F-15B, versão biposto voltada para treinamento com plena capacidade de combate. Em janeiro de 1976, o esquadrão 555th Fighter Squadron se tornou a primeira unidade operacional equipada com o caça.
Evolução constante: modernizações que mantêm o F-15 na linha de frente da USAF
O sucesso do F-15 da USAF não parou nas versões iniciais. Em 1978, a McDonnell Douglas iniciou a produção das variantes F-15C/D, substituindo os modelos A/B. Nessa nova geração, a capacidade de combustível aumentou em 910 kg, e o peso máximo de decolagem passou a 31 toneladas. O caça ganhou também o radar AN/APG-63, com alcance de até 160 km, que se tornou compatível com armamentos mais modernos graças ao programmable signal processor, um avanço tecnológico significativo para a época.
Outra inovação foi a instalação de um computador central mais poderoso e a capacidade de realizar manobras de até 9g em qualquer altitude. Com isso, o caça F-15 da Força Aérea dos EUA, passou a incorporar o míssil AIM-120 AMRAAM, além de novos sistemas de guerra eletrônica.
Em 1983, o F-15C passou a contar com o radar multifuncional AN/APG-70, projetado para equipar a nova versão que surgiria no ano seguinte: o F-15E Strike Eagle. O objetivo era criar um caça de ataque ao solo com capacidade de realizar missões de defesa aérea. O sucesso foi imediato: em 1984, o Pentágono optou pelo Strike Eagle em detrimento do projeto concorrente F-16XL.
Destaque especial do F-15E é o painel multifuncional instalado no assento traseiro, permitindo que o segundo tripulante atue como oficial de controle de armamentos. O sistema LANTIRN, junto ao radar APG-70, expandiu ainda mais a versatilidade da aeronave. Israel, inclusive, adaptou seus caças para esse tipo de missão e continua a atualizar sua frota até hoje.
Resultados em combate e legado internacional
Além de inovador, o F-15 da USAF construiu uma reputação imbatível nos céus. Desde 1979, quando Israel registrou sua primeira vitória ar-ar, o caça acumula 104 vitórias em combate aéreo, sem nenhuma perda contra caças inimigos, sendo metade dessas vitórias conquistadas pelos israelenses. A Arábia Saudita, operando o modelo desde os anos 80, contabiliza duas vitórias durante a Guerra do Golfo. Já os Estados Unidos registram 35 vitórias, em confrontos contra forças iraquianas e sérvias.
Essa performance ajudou a consolidar o F-15 como o principal ativo de defesa aérea de vários países. Hoje, ele está em serviço em Israel, Arábia Saudita, Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Catar e, naturalmente, nos Estados Unidos. Mais de 1.500 unidades já foram produzidas, em todas as versões.
Mesmo após cinco décadas de operação, o F-15 segue evoluindo. Os modelos F-15C/D, embora apresentem desgaste estrutural, estão sendo modernizados para permanecer ativos até 2040. A principal razão para essa extensão é o número limitado de caças F-22 Raptor, que nunca foi suficiente para substituir toda a frota de F-15.
A aposentadoria dos primeiros F-15A começou em 2009, mas o legado continua com a produção da nova versão F-15EX Strike Eagle II, agora sob responsabilidade da Boeing, que incorporou a McDonnell Douglas nos anos 90. Essa nova geração traz avançados sistemas eletrônicos, melhor capacidade de carga, vida útil prolongada e compatibilidade com armamentos de última geração, como mísseis hipersônicos.
O F-15 da USAF mantém-se em operação como uma das principais plataformas de aviação militar, com atualizações constantes que asseguram sua adequação aos requisitos modernos de superioridade aérea. As melhorias contínuas na aeronave visam garantir sua capacidade de atuação em diferentes contextos operacionais, inclusive diante de cenários geopolíticos em transformação.