Brasil fora da corrida dos caças furtivos? O plano secreto da FAB pode surpreender

Brasil e a corrida pelos caças de 5ª Geração: quando a FAB vai dar o próximo passo em direção a um caça furtivo?
A Força Aérea Brasileira (FAB) constantemente é questionada sobre a possibilidade de investir em caças furtivos de 5ª geração. Trata-se dos aviões mais avançados do mundo e a ambição das forças aéreas dos países mais importantes no cenário global. No entanto, enquanto potências globais como EUA, China e Rússia avançam rapidamente no desenvolvimento e aquisição dessas aeronaves de última geração, o Brasil aposta em um caminho alternativo. E isso pode surpreender.
Aqui entra o 14-X, um projeto que pode revolucionar a aviação militar brasileira e colocar o país em um patamar diferenciado na tecnologia hipersônica.
O 14-X: um drone que pode redefinir o futuro da Aviação Militar
Embora não seja um caça furtivo ou stealth no sentido tradicional, o 14-X é um drone de alta velocidade. Desenvolvido pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP), o projeto começou em 2007 sob a liderança do capitão-engenheiro Tiago Cavalcanti Rolim.
Suas capacidades impressionantes incluem:
- Velocidade: Pode atingir Mach 10 (cerca de 12.000 km/h)
- Altitude operacional: 30.000 metros (quase três vezes a altitude de cruzeiro de um avião comercial)
- Propulsão avançada: Motor scramjet-waverider, similar ao do lendário SR-71 Blackbird, aproveitando as ondas de choque para gerar sustentação
Em 14 de dezembro de 2021, na Base Aérea de Alcântara, o 14-X fez seu primeiro voo e alcançou quase Mach 6. Isso o coloca como um dos projetos hipersônicos mais promissores do hemisfério sul.
O Brasil precisa mesmo de caças de 5ª Geração?
Enquanto outros países investem pesadamente em caças furtivos, o Brasil ainda opera aeronaves de 4ª geração, como o Gripen E/F. O desenvolvimento de um caça de 5ª geração exigiria um salto tecnológico e um orçamento gigantesco – algo que, historicamente, é um problema para as Forças Armadas brasileiras.
Por exemplo, um caça F-35 custa cerca de US$ 80 milhões por unidade, sem contar manutenção e suporte logístico O Brasil, com orçamentos apertados, prioriza programas mais acessíveis e viáveis. Além disso, o país ainda precisa resolver problemas estruturais na defesa aérea, como a modernização de radares, sistemas de mísseis e a própria integração de novas aeronaves na frota.
14-X: o futuro da defesa brasileira?
A tecnologia hipersônica tem aplicações muito além do 14-X. Caso o Brasil domine esse conhecimento, poderá desenvolver mísseis de cruzeiro hipersônicos, capazes de:
- Neutralizar alvos estratégicos com rapidez extrema
- Superar defesas antiaéreas modernas
- Prover capacidade de dissuasão comparável a grandes potências
O grande problema é principalmente a falta de continuidade nos investimentos. Projetos inovadores no Brasil, como o VLS (Veículo Lançador de Satélites), muitas vezes são abandonados por falta de verbas ou apoio governamental. Se o 14-X seguir esse caminho, o país perderá uma oportunidade de ouro de se tornar um líder regional em tecnologia aeroespacial.
Qual será a escolha da FAB?
Enquanto países como os EUA apostam em caças furtivos como o F-35 e o NGAD (Next-Generation Air Dominance) e a China avança com o J-20 e novos projetos stealth, o Brasil segue um caminho não convencional, mas sobretudo promissor.
A grande questão é: a FAB vai investir de verdade em caças de 5ª geração no futuro, ou seguirá com o desenvolvimento de tecnologias alternativas, como o 14-X?
O tempo dirá. Mas uma coisa é certa: se o Brasil quiser se manter relevante no cenário militar global, precisará escolher rápido – e investir de verdade!