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A maior arma medieval? A catapulta Warwolf provou seu poder devastador

por Rafael Cavacchini 05/03/2025
A maior arma medieval? A catapulta Warwolf provou seu poder devastador

Trabucos e catapultas medievais eram fracas? Só se comparadas a canhões! A Warwolf prova o contrário

Se você acha que os remakes modernos de catapultas parecem fracas, prepare-se para conhecer o Warwolf. Trata-se de uma das armas de cerco mais devastadoras da Idade Média!

No século XIII, o rei Edward I da Inglaterra enfrentava um problema persistente: os escoceses no Castelo de Stirling se recusavam a se render. A solução foi construir uma catapulta colossal. Não era qualquer trabuco – trata-se do maior já registrado na história!

Essa máquina de destruição levou mais de três meses para ser construída. Além disso, exigiu mais de 50 carpinteiros especialistas e suas peças ocupavam 30 vagões inteiros quando desmontadas. Totalmente montado, o Warwolf tinha uma altura impressionante (algumas fontes dizem mais de 100 metros, embora isso possa ser lenda). A arma era capaz de lançar pedras de 150 quilos a mais de 200 metros, a uma velocidade superior a 160 km/h.

O impacto? Um relato histórico descreve que a primeira pedra arremessada atravessou duas paredes do castelo como se fossem feitas de pano. Isso não é exagero: castelos podiam suportar ataques brutais, com paredes de pedra de metros de espessura. Se um projétil desses atingisse sua casa hoje, destruiria a estrutura inteira sem o menor esforço.

A resposta cruel de Edward I: sem rendição antes da destruição total

A demonstração de força foi tão absurda que os defensores do castelo tentaram se render antes mesmo do primeiro disparo. Afinal, quem gostaria de ser esmagado por uma rocha de 136 kg voando a velocidades absurdas?

Mas Edward I não estava satisfeito. O rei havia investido tempo, dinheiro e mão de obra demais para simplesmente aceitar uma rendição sem testar sua nova máquina de guerra. O rei ordenou que os negociadores voltassem para dentro do castelo. E retomou o cerco! Edward I queria assistir à destruição que seu trabuco poderia causar.

E assim foi feito. O Warwolf despedaçou as muralhas de Stirling, provando que catapultas não eram fracas, mas sim, as armas mais avançadas de sua época.

Por que catapultas modernas parecem ineficientes?

Os modelos que vemos em feiras medievais ou vídeos na internet não chegam nem perto da escala e potência dos originais. Isso acontece por alguns motivos:

  1. Tamanho reduzido – Uma catapulta real era gigantesca, enquanto as versões modernas são miniaturizadas para segurança e conveniência.
  2. Materiais diferentes – Na Idade Média, a construção envolvia madeiras nobres, ferro e até couro tratado, otimizando peso e resistência. Hoje, trabucos possuem materiais mais leves em suas estruturas.
  3. Falta de propósito militar – Catapultas serviam para um mundo onde não existiam armas de fogo. Hoje, são apenas réplicas recreativas, sem a necessidade de potência real.

O erro está em comparar catapultas com canhões ou armas modernas. Se colocarmos um trabuco contra arqueiros medievais, ele é devastador, podendo derrubar muralhas inteiras a uma distância segura.

A guerra psicológica das catapultas

Mais do que máquinas destrutivas, catapultas eram armas de terror psicológico. O próprio tamanho do Warwolf já fez com que os defensores de Stirling perdessem a vontade de lutar antes mesmo do primeiro disparo.

E isso não era raro. Muitos trabucos lançavam não apenas pedras, mas também cadáveres infectados em cidades sitiadas, espalhando doenças e pânico.

Se há algo que podemos afirmar com certeza, é que uma boa catapulta não tinha nada de fraca. Era, na verdade, o auge da engenharia militar medieval – e o terror de qualquer exército inimigo.


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