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Na paz ou na guerra: Marinha lança campanha em homenagem ao Dia dos Fuzileiros Navais, exatos 3 meses após trauma com vídeo anterior ironizando privilégios militares

por Campos 02/03/2025
Na paz ou na guerra: Marinha lança campanha em homenagem ao Dia dos Fuzileiros Navais, exatos 3 meses após trauma com vídeo anterior ironizando privilégios militares

A Marinha lançou neste sábado, 1º de março, uma campanha publicitária institucional em homenagem ao Dia do Fuzileiro Naval, comemorado em 7 de março.

Batizada de Na Paz ou Na Guerra, a campanha celebra os 217 anos do Corpo de Fuzileiros Navais no Brasil e toda contribuição para o país, como atuação em apoio à defesa civil, operações de paz e GLO (Garantia da lei e da ordem). 

Um dos vídeos divulgados tem 1:26 e a seguinte narração:

“Há 217 anos o Brasil conta com os fuzileiros navais, na certeza de que, quando chamados, responderão imediatamente. Na paz ou na guerra, quando a natureza desafia o homem, eles estão lá. Em qualquer lugar, a qualquer hora. São capazes de atuar nas situações mais complexas, na água, na terra ou no ar. Quando tudo parece perdido, surge a esperança. Na paz ou na guerra, os fuzileiros navais estão sempre prontos. Por você”.

Entretanto, existem outras peças divulgadas nas redes sociais e no site da Força Naval.

A campanha publicitária acontece exatos 3 meses depois da grande polêmica causada pelo vídeo em homenagem ao Dia do Marinheiro. No vídeo, publicado em 1º de dezembro de 2024, a Marinha comparou a rotina dos militares a momentos de lazer de cidadãos e ironizou supostos privilégios dos integrantes das Forças Armadas.

Apontado como ataque indireto ao governo federal, o vídeo deixou o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, irritadíssimos já que, um dia antes, Lula almoçou com os Comandantes das Forças Armadas e com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e ficou de convencer a Haddad a adotar a idade mínima de 55 anos para a transferência pra reserva remunerada apenas a partir de 2043.

Devido à polêmica, prevaleceu a vontade de Haddad de adotá-la em 2032. Além disso, as Forças Armadas perderam a autonomia de produzir campanhas publicitárias sem aval do ministro da Defesa e o Comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, ficou muito perto de ser demitido. Todos os fatos foram confirmados por Múcio na entrevista concedida ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em 10 de fevereiro.