Em quatro anos, a Marinha gastou R$ 2,2 milhões com seu presídio no Rio. O custo por preso militar é quase cinco vezes maior que o de um preso comum

Nos últimos quatro anos, a Marinha do Brasil destinou R$ 2,2 milhões à manutenção de sua unidade prisional. Os valores cobrem despesas como energia elétrica, abastecimento de água, taxas condominiais, alimentação e higiene dos detentos.
O presídio está situado na Ilha das Cobras, região central do Rio de Janeiro, e tem capacidade para receber até 64 presos. No momento, a instalação abriga 16 militares sob custódia.
Segundo informações obtidas pelo portal Metrópoles por meio da Lei de Acesso à Informação, o ano de maior gasto foi 2023, quando a Marinha desembolsou R$ 681 mil para a manutenção da unidade.
Evolução dos gastos nos últimos quatro anos
- 2021: R$ 509.879,67
- 2022: R$ 561.129,85
- 2023: R$ 681.987,15
- 2024: R$ 511.257,77
De acordo com a Marinha, o custo médio anual para manter um único detento na unidade é de aproximadamente R$ 10 mil. Em comparação, o custo médio de um preso comum no Brasil, em 2024, foi de R$ 2,3 mil, conforme dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Considerando apenas o estado do Rio de Janeiro, onde o presídio está localizado, esse valor cai para R$ 1,7 mil por detento.
Outras unidades de custódia da Marinha
Além do presídio na Ilha das Cobras, a Marinha mantém 14 bailéus — pequenas cadeias militares — espalhados por nove distritos navais. No entanto, a Força Naval afirmou que não há um detalhamento específico dos custos operacionais dessas unidades, já que os gastos são incorporados ao orçamento geral das organizações militares responsáveis pela administração dos locais.
Exército e Aeronáutica não detalham custos
A reportagem também procurou o Exército e a Aeronáutica para esclarecer os custos com presos militares em suas respectivas forças. O Exército informou que possui 163 unidades com atribuição de custódia de presos, mas que os gastos não são contabilizados separadamente.
“Essas despesas estão incluídas nos custos gerais de manutenção de cada Organização Militar (OM), sem segregação específica, compondo o conjunto de despesas operacionais relacionadas à manutenção da atividade-meio das Unidades Militares, conhecida como ‘vida vegetativa’”, explicou o Exército.
Já a Aeronáutica alegou que não é possível discriminar os valores gastos com a guarda de presos, uma vez que não há uma estrutura exclusiva para esse fim. Segundo a instituição, os custos com a manutenção de instalações que eventualmente abrigam detentos estão incluídos no orçamento geral das unidades militares.