S-400 contra F-35: Quem vence esse duelo de tecnologia? EUA e Rússia em um embate aéreo

F-35 vs. S-400: O stealth é realmente uma ameaça à Rússia?
Se tem uma coisa que o tempo ensina, é que nada é invulnerável. E isso vale para o F-35 e sua tão badalada tecnologia stealth. O avião é vendido como um caça praticamente invisível, mas a realidade é mais complicada – e, claro, polêmica. Afinal, quando se trata de guerra moderna, tudo é uma grande pilha de “depende“. Mas, afinal, seria o F-35 capaz de derrotar o sistema anti aéreo S-400? A Revista Sociedade Militar resolveu investigar.
Quem é quem nessa disputa?
O F-35 é um caça furtivo, ou stealth, de quinta geração desenvolvido pela Lockheed Martin para operar em missões de superioridade aérea e ataque ao solo. Projetado para as forças armadas dos Estados Unidos e aliados, possui tecnologia avançada de sensores, guerra eletrônica e conectividade em rede.
Já o S-400 é um sistema de defesa aérea de longo alcance desenvolvido pela Rússia. O S-400 é projetado para interceptar aeronaves, mísseis balísticos e alvos furtivos. Operado pelas forças russas e exportado para diversos países, o sistema pode engajar múltiplos alvos simultaneamente, utilizando mísseis com diferentes alcances, variando de curto a ultra-longo alcance (até 400 km). Considerado um dos mais avançados sistemas antiaéreos do mundo, o S-400 gera preocupações estratégicas, especialmente entre países da OTAN.
Afinal, o S-400 pode detectar o F-35?
De acordo com militares ouvidos pela Revista Sociedade Militar, a resposta curta é: sim, pode. No entanto, a resposta longa: depende do radar usado. O sistema S-400, um dos trunfos da defesa aérea russa, não só pode detectar o F-35 como também consegue enxergar até mesmo um F-22, que tem um design stealth mais refinado. Mas aí vem o detalhe: detectar não significa derrubar.

Os radares modernos de defesa aérea operam majoritariamente na frequência UHF, que é excelente para rastrear e mirar alvos aéreos. No entanto, de acordo com especialistas, o F-35 foi projetado justamente para ser difícil de detectar nesse tipo de radar. Então, em condições normais, a aeronave realmente consegue evitar ser rastreada com precisão.
Mas aqui entra a pegadinha: os russos ainda utilizam radares VHF. Trata-se de uma tecnologia antiga, mas que tem uma grande vantagem. Radares VHF são muito mais sensíveis do que os radares modernos. E o F-35 ão consegue ser totalmente furtivo contra VHF. O máximo que ele pode oferecer é “baixa observabilidade”, o que significa que, sim, pode ser detectado.
O problema do Radar VHF
Os radares VHF podem ser um pesadelo para os aviões stealth, mas têm suas desvantagens. Primeiro, segundo militares, esses radares podem captar praticamente tudo. Mesmo pássaros e, em alguns casos, até nuvens, ficam visíveis para radares VHF. Segundo, são enormes e nada práticos para serem deslocados rapidamente. Mas o grande problema é que são imprecisos. Um radar VHF pode dizer que “algo” está no céu, mas não consegue determinar a distância exata. Isso significa que esse tipo de radar pode alertar sobre um F-35 na área, mas não pode travar um míssil nele com precisão.
Ou seja, a Rússia pode ver um F-35, mas derrubá-lo com o S-400 já é outra história.
O contra-ataque do F-35: mísseis Anti-Radiação
Contudo, apesar das vantagens do S-400, os Estados Unidos (e várias outras potências) possuem mísseis anti-radiação. De acordo com especialistas, esses mísseis, como o AGM-88 HARM, são projetados para detectar e destruir fontes de emissão de radar. Portanto, se um F-35 for iluminado por um radar VHF, pode simplesmente disparar um HARM e acabar com o radar antes que ele se torne um problema maior.
Isso significa que, na prática, o F-35 pode ser detectado, mas também pode eliminar essa ameaça antes de ser alvejado. E uma vez que os radares VHF forem destruídos, os radares UHF restantes terão dificuldades para rastreá-lo.
O que isso significa?
Se estivéssemos em um jogo de guerra hipotético entre F-35 e S-400, o resultado dependeria de quem ataca primeiro e de quão bem cada lado se preparou. Em uma situação ideal para os EUA, o F-35 atacaria primeiro, eliminaria os radares VHF e, depois disso, estaria praticamente invisível para os radares UHF do S-400.

Por outro lado, se a Rússia conseguisse manter seus radares VHF protegidos e usá-los de forma coordenada, poderia detectar os caças furtivos antes que eles lançassem seus ataques. Mas mesmo assim, derrubá-los ainda seria um desafio, já que precisaria de sistemas auxiliares para determinar a posição exata do alvo.
Então, o F-35 é uma ameaça real ao S-400 da Rússia?
Sim, o F-35 pode ser detectado pelo S-400. Mas o avião foi projetado para eliminar essas ameaças antes que se tornem um problema. No fim das contas, a guerra moderna é um jogo de xadrez onde tecnologia e estratégia importam mais do que números absolutos. A Rússia pode ver o F-35 chegando, mas impedi-lo de causar estragos é uma história completamente diferente.