Nos últimos cinco meses a Marinha do Brasil designou 15 oficiais da força para realização de cursos no exterior, sendo que aproximadamente um terço estarão debruçados sobre especializações na área de energia nuclear.

A marinha tem encaminhado vários oficiais para especializações no Exterior. Percebe-se que nos últimos 5 meses centros de formação nos Estados Unidos foram o principal destino, recebendo oito militares para programas de capacitação estratégica. A iniciativa de enviar militares para realizar mestrado no exterior com foco na energia nuclear deixa evidente os esforços do país no desenvolvimento de tecnologias voltadas para a defesa e a propulsão nuclear de embarcações militares.

A duração dos cursos no exterior

Os cursos de mestrado em um período de 104 semanas e os militares poderão levar as famílias, com o custeio do aluguel no local sendo pago pela Marinha do Brasil. Os militares enviados para cursos no exterior são advertidos de que, caso solicitem desligamento da força naval antes de completarem 3 anos após a realização do curso, deverão realizar indenizações equivalentes aos valores gastos com sua formação. O pedido de demissão é visto como uma possibilidade devido aos baixos salários pagos para os oficiais, a alta especialização que recebem e o plus adquirido em instituições de ensino fora do país.

“A transferência para a reserva remunerada ou a demissão do serviço ativo, a pedido, sem haver decorrido três anos do término do curso, será concedida mediante indenização de todas as despesas correspondentes à realização do mesmo…“, diz a advertência do Comandante da Marinha, registrada nas designações de todos os oficiais designados para cursos fora do Brasil.

Os cursos no exterior voltados para a energia nuclear

O Brasil tem promovido mudanças em sua legislação e na estrutura das Forças Armadas para viabilizar a incorporação de navios e submarinos movidos por energia nuclear. O maior desafio está na construção do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear, que é uma peça-chave do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub), com sede em Itaguaí – RJ. O projeto, de proporções gigantescas, envolve a fabricação do reator e da Planta Nuclear Embarcada (PNE), exigindo muitos militares com o domínio de tecnologias complexas e de alto nível.

Para avançar nessa área, a Marinha constrói, em Iperó, no estado de São Paulo, o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE), onde será testado o reator de propulsão naval e seus sistemas associados. A iniciativa é vista com atenção pelo comunidade militar internacional, pois coloca o Brasil no seleto grupo de países com capacidade para desenvolver tecnologia nuclear aplicada à defesa, reforçando a soberania marítima e a modernização da frota nacional.

Tabela de designação para militares da Marinha do Brasil no exterior

Robson Augusto – Revista Sociedade Militar