Acordo com os EUA para combater o Comando Vermelho: o caos na Segurança Pública do Rio chama atenção dos americanos

A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro está em negociação com o governo dos EUA para que o Comando Vermelho (CV) seja reconhecido como uma organização criminosa internacional. O objetivo é permitir a cooperação entre os dois países para o combate à facção em território americano. Isso permitirá a cooperação entre os dois países para o combate em território americano à maior facção do tráfico do Rio.
Segundo o Secretário de Segurança “há indícios de que o Comando Vermelho já recrutou gente nos EUA.” A atuação de traficantes brasileiros no exterior é conhecida desde anos 1990.
Comando Vermelho e EUA: uma nova frente na guerra contra o crime
Documentos obtidos com exclusividade pelo EXTRA mostram que um dos órgãos do governo dos EUA já envolvidos na negociação é o Serviço de Segurança Diplomática (DSS, na sigla em inglês).
O DSS tem entre suas atribuições o combate ao crime fora das fronteiras dos EUA.
Mas, essa política entre os dois países não é nova. Há um contexto mais amplo de cooperação na área de segurança entre os Estados Unidos e o Brasil, que pode incluir estados como o Rio de Janeiro.
Por exemplo, em 2019, segundo matéria da Agência Brasil, o Brasil e os Estados Unidos assinaram acordos de cooperação em segurança para combater o crime organizado transnacional, envolvendo o Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil, o FBI e o Departamento de Segurança Interna dos EUA.
O que significa o reconhecimento do Comando Vermelho como OCT?
Segundo a reportagem, a cooperação com o Consulado Americano no Rio, iniciada em junho de 2024, baseia-se em indícios de recrutamento de comparsas do Comando Vermelho nos EUA.
Além disso, há fundamentadas informações de inteligência sobre a união de traficantes do Comando Vermelho a criminosos de cartéis da América do Sul para o tráfico de drogas para os EUA.
O reconhecimento do Comando Vermelho como Organização Criminosa Transnacional (OCT) permitiria que outras agências americanas, como a Drug Enforcement Administration (DEA) e a Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF), também combatam a facção.
A busca por um acordo bilateral
A identificação dos membros da facção facilitaria a inclusão de alertas no sistema de imigração americano, impedindo a entrada dos criminosos nos EUA.
Em agosto do ano passado, foi elaborada a minuta de um memorando de entendimento entre o Departamento de Estado americano e a Secretaria de Segurança Pública para combater atividades criminosas transnacionais com uso de documentos de viagem e identidade fraudulentos.
A cooperação incluiria investigações “relacionadas a terrorismo, crime organizado transnacional, corrupção, tráfico de pessoas, contrabando de pessoas, tráfico de drogas, captura de fugitivos, lavagem de dinheiro” e outros crimes.