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Chefe das Forças Armadas dos EUA agenda visita ao Brasil em meio a boatos de estremecimento de relações: “Nossos adversários estabeleceram uma presença forte, colocando em risco a segurança”

por Campos Publicado em 19/02/2025
Chefe das Forças Armadas dos EUA agenda visita ao Brasil em meio a boatos de estremecimento de relações: “Nossos adversários estabeleceram uma presença forte, colocando em risco a segurança”

As autoridades brasileiras e americanas estão avaliando a data de vinda do chefe do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, Almirante Alvin Holsey, para as próximas semanas. É dele a responsabilidade por promover atividades conjuntas com os setores militares da América Latina e Caribe. 

Segundo reportagem de Cézar Feitosa, publicada na Folha de São Paulo em 16 de fevereiro, a viagem estava prevista para as primeiras semanas de fevereiro, mas precisou ser adiada.

A expectativa é que Holsey, primeiro oficial negro a chefiar o Comando Sul das FAs americanas, tenha encontros com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, e com o Comandante do Exército, General Tomás Paiva.

O encontro também servirá para medir a temperatura entre as relações militares de Brasil e Estados Unidos, mas o oficial tem dado sinais de que pretende manter a política de boa vizinhança. 

No discurso de posse, Holsey atacou o crescente ganho de influência de Rússia e China no continente americano e disse que a parceria entre os países da região é o melhor caminho para enfrentar o que chamou de ameaças externas que afetem a segurança e a economia.

“Nossos adversários estabeleceram uma presença forte, colocando em risco a segurança e a estabilidade nas Américas. A República Popular da China e a Rússia […] buscam minar a democracia enquanto ganham poder e influência na região”.

A leitura feita pelo ministro da Defesa José Múcio Monteiro e oficiais-generais das Forças Armadas é de que Trump muito fala, mas pouco faz. Portanto, não há preocupação com eventuais instabilidades.

Durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, no dia 10 de fevereiro, Múcio foi questionado pela jornalista Geralda Doca, de O Globo, se o Brasil deveria reagir de alguma forma às declarações de Trump, como intervenções no Panamá e na Groelândia. O ministro negou.

“Eu acho que é cedo pro Brasil reagir e aqui o presidente da República pensa assim também. Essas bravatas [ditas por Trump] são naturais. Ele [Trump] é um homem que não precisa daquilo”.

Quem é Alvin Holsey?

Promovido a Almirante da Marinha em novembro de 2024, Holsey foi vice-comandante militar no United States Southern Command, onde hoje é o chefe máximo. Também já foi Comandante de Esquadrão Antissubmarino, vice-diretor de Operações da Marinha, Assistente-Executivo do Chefe de Operações Navais, Oficial de Operações do Estado-Maior Conjunto, entre outras atribuições.

O oficial está na Marinha americana desde 1988.

Campos

Campos

Bacharel em Jornalismo com experiência na cobertura política, econômica e militar.