O porta-aviões nuclear dos Estados Unidos USS Harry S. Truman passa por reparos urgentes após colidir com um navio mercante perto do Canal de Suez. Imagens revelam os danos na estrutura da embarcação

Imagens recém-divulgadas revelam os danos causados ao porta-aviões USS Harry S. Truman, da Marinha dos Estados Unidos, após uma colisão com um navio mercante ocorrida na última semana.
O incidente aconteceu próximo à entrada do Canal de Suez, e o navio de guerra atracou na base naval dos EUA na Baía de Souda, na Grécia, durante o fim de semana para iniciar os reparos necessários.
As fotografias publicadas pela Marinha no sábado evidenciam avarias na asa externa de estibordo do porta-aviões movido a energia nuclear, que possui 335 metros de comprimento.
Entre as áreas atingidas estão a parede externa de duas salas de armazenamento, um espaço de manutenção, uma área de manipulação de linha, além do leque de popa e da plataforma sobre um dos compartimentos de armazenamento, conforme detalhado em comunicado oficial.
Apesar dos danos estruturais, a Marinha assegurou que a capacidade de combate da embarcação permanece inalterada. Desde a colisão, ocorrida na noite da última quarta-feira, o USS Truman manteve suas operações aéreas normalmente.
Uma equipe de especialistas, incluindo engenheiros estruturais e arquitetos navais, está conduzindo uma análise minuciosa para determinar a extensão dos danos e estabelecer um plano de reparos. No entanto, ainda não foi divulgado um prazo para a conclusão dos trabalhos.
O acidente envolveu o graneleiro Besiktas-M, uma embarcação de bandeira panamenha com 188 metros de comprimento. A colisão ocorreu em uma área de tráfego intenso no Mar Mediterrâneo, ao largo de Porto Saíde, Egito. O navio mercante aparentemente aguardava autorização para seguir em direção ao Mar Vermelho.
Ambas as embarcações sofreram danos, mas nenhum tripulante ficou ferido, de acordo com informações oficiais. A colisão aconteceu em uma zona de fundeio movimentada, onde diversas embarcações aguardam para atravessar o canal.
Carl Schuster, ex-capitão da Marinha dos EUA e instrutor da Universidade do Pacífico, no Havaí, explicou que as condições da região oferecem pouco espaço para manobras.
“Em áreas marítimas restritas, a margem de erro é mínima. Ambos os navios precisam de cerca de uma milha náutica para realizar uma parada completa”, destacou Schuster.
Ele acrescentou que pequenos erros de navegação, falhas na interpretação das intenções da outra embarcação ou decisões tomadas com atraso podem levar rapidamente a situações perigosas, deixando poucas alternativas viáveis para evitar um incidente.
Antes da colisão, o USS Truman havia passado pela Baía de Souda para uma parada operacional após dois meses de missões no Comando Central dos EUA. Nesse período, o porta-aviões participou de ataques contra rebeldes houthis no Iêmen e realizou bombardeios contra alvos do ISIS na Somália.
O contra-almirante Sean Bailey, comandante do grupo de ataque do USS Truman, destacou que a frota permanece ativa na região.
“Nossa missão continua inalterada. Seguimos preparados para enfrentar qualquer desafio neste ambiente de segurança global dinâmico”, afirmou Bailey em nota oficial.
O Grupo de Ataque do USS Harry S. Truman inclui o próprio porta-aviões, o Carrier Air Wing (CVW) 1, com oito esquadrões de aviação embarcados, além de unidades de apoio adicionais. A frota também conta com o cruzador de mísseis guiados USS Gettysburg (CG 64), da classe Ticonderoga, e três contratorpedeiros da classe Arleigh Burke, garantindo presença contínua e prontidão operacional na região.