SAAB J-29 Tunnan: construído para apenas uma missão, o caça revolucionário que fez história na Força Aérea Sueca e entrou em combate real na África

O Saab J-29 Tunnan foi um dos caças mais inovadores do período pós-Segunda Guerra Mundial, projetado para atuar contra os poderosos MiGs soviéticos caso a Guerra Fria escalasse para um confronto direto. Com um design aerodinâmico revolucionário para a época e um desempenho surpreendente, o jato sueco provou ser um marco da engenharia aeronáutica do país. A informação foi divulgada pelo portal “19fortyfive”, que detalhou a trajetória e o legado do icônico “Barril Voador”.
Um caça sueco para a Guerra Fria
O J-29 Tunnan se destacou por seu formato peculiar e suas asas enflechadas, uma novidade entre os jatos da época, que costumavam ter asas retas. A primeira versão do caça voou em 1948 e rapidamente demonstrou excelente desempenho, atingindo velocidades de até 1.046 km/h (650 mph). Seu design não apenas reduziu a resistência ao ar, mas também proporcionou uma excelente manobrabilidade, tornando-o um adversário formidável em combate aéreo.
O caça sueco também foi equipado com tecnologia de ponta para a época, incluindo cabine pressurizada, assento ejetável e controles hidráulicos para facilitar manobras em alta velocidade. Apesar de não ser fortemente armado, o J-29 contava com canhões e foguetes não guiados, tornando-o uma plataforma eficaz para missões de intercepção e ataques ao solo.
A primeira e única missão de combate
Embora tenha sido projetado para enfrentar caças soviéticos, o Saab J-29 nunca precisou cumprir essa missão durante a Guerra Fria. No entanto, o caça teve sua estreia em combate real em 1961, durante uma operação de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Congo. O Tunnan foi usado para patrulhamento aéreo e ataques ao solo, enfrentando fogo inimigo, mas sem registrar perdas em combate. Sua atuação demonstrou a capacidade do jato em cenários reais, reforçando sua reputação como um dos caças mais eficientes de sua época.
A participação sueca no Congo foi um dos raros casos em que um caça europeu foi utilizado em operações militares sob a bandeira das Nações Unidas. Mesmo não sendo um conflito de grande escala, a missão ajudou a consolidar a importância do J-29 na aviação militar.
Popularidade na Suécia e na Áustria
Graças ao seu desempenho confiável, o Saab J-29 tornou-se o orgulho da Força Aérea Sueca e permaneceu em serviço por mais de duas décadas. Em 1961, o avião também chamou a atenção da Áustria, que comprou 30 unidades para modernizar sua frota. Os pilotos austríacos rapidamente apelidaram o caça de “Barril Voador”, um reconhecimento de sua fuselagem compacta, mas poderosa.
A Áustria utilizou o J-29 até 1972, enquanto a Suécia manteve a aeronave ativa até 1976. Durante seu período de operação, o caça passou por diversas melhorias, incluindo a adição de um motor com pós-combustão e novos sistemas de controle, garantindo uma vida útil prolongada.
Legado e preservação
Apesar de não ter sido produzido em grande escala como seus concorrentes americanos e soviéticos, o Saab J-29 se destacou pela inovação tecnológica e pelo papel fundamental na defesa sueca durante a Guerra Fria. Seu design avançado serviu de base para o desenvolvimento de futuras aeronaves da Saab, consolidando a indústria aeroespacial sueca como uma das mais avançadas da Europa.
Hoje, várias unidades do J-29 estão preservadas em museus na Suécia e na Áustria, onde entusiastas da aviação podem apreciar de perto essa peça fundamental da história militar. Com um design à frente de seu tempo e um histórico operacional impressionante, o “Barril Voador” continua sendo lembrado como um dos caças mais icônicos do século XX.