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Aspirante a oficial do Exército chama colega de “macaco” e pode pegar 3 anos de prisão e pagar R$ 2 mil; Justiça Militar aceita denúncia

por Sérvulo Pimentel Publicado em 24/01/2025
Aspirante a oficial do Exército chama colega de “macaco” e pode pegar 3 anos de prisão e pagar R$ 2 mil; Justiça Militar aceita denúncia

Um futuro oficial do Exército pode ter um destino bem diferente do esperado. Uma situação constrangedora no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro (CPOR-RJ) acabou virando caso de Justiça. Um aspirante a oficial foi denunciado pelo Ministério Público Militar (MPM) por injúria racial, depois de chamar um colega de “macaco” durante o serviço. Se condenado, ele pode pegar até 3 anos de prisão e ainda terá que pagar R$ 2 mil à vítima como reparação por danos morais.

O episódio aconteceu na noite de 1º de setembro de 2024. O colega ofendido, escalado como Cabo da Guarda, orientava o efetivo quando encostou no denunciado para que ele entrasse em forma. Foi nesse momento que ouviu: “Tira a mão de mim, macaco”. Sem acreditar, ele perguntou: “Tá falando sério?”, mas a frase foi repetida.

Segundo a denúncia, o aspirante teria agido “de forma livre e consciente” ao proferir a ofensa. Para o Ministério Público, ele “assumiu o risco de ofender a dignidade do colega” e causou uma violação aos direitos de personalidade, o que justifica a reparação.

Os depoimentos dos alunos que presenciaram o ocorrido confirmam o caso. Apesar de o acusado admitir que repetiu a frase, ele disse que não teve a intenção de ofender. Ainda assim, o juiz da 4ª Auditoria da 1ª Circunscrição Judiciária Militar entendeu que existem “elementos mínimos” para justificar a denúncia e dar andamento ao processo.

Agora, o aspirante responde por injúria qualificada, crime previsto no artigo 216, § 2º, do Código Penal Militar, com pena de 1 a 3 anos de reclusão. Além disso, o MPM pediu a reparação financeira no valor de R$ 2 mil à vítima. O caso serve como um alerta para situações de injúria racial nas Forças Armadas e mostra que a Justiça Militar está atenta a esses episódios.

Sérvulo Pimentel

Sérvulo Pimentel