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Brasil tem mais oficiais do que o necessário nas Forças Especiais do Exército, diz pesquisador do meio militar há mais de 50 anos: “Deve haver no máximo duas ou três”

por Campos Publicado em 12/01/2025 — Atualizado em 03/03/2025
Brasil tem mais oficiais do que o necessário nas Forças Especiais do Exército, diz pesquisador do meio militar há mais de 50 anos: “Deve haver no máximo duas ou três”

“O Brasil tem hoje mais oficiais do que necessário nessas organizações, lhes faltando comando e direção”. A afirmação é do historiador e professor aposentado da UFF (Universidade Federal Fluminense), Manuel Domingos Neto.

O argumento do pesquisador do meio militar há mais de 50 anos foi publicado no dia 8 de janeiro pela Agência Pública em resposta ao que ele acha da ideia de dissolver o Comando de Operações do Exército, após a participação de diversos oficiais no suposto plano de golpe de Estado investigado pela Polícia Federal.

Manuel Domingos Neto se mostrou contra a medida. 

“Não há a menor possibilidade de um exército moderno não possuir um contingente preciso, altamente treinado para missões extraordinárias. É inviável essa ideia, parece coisa de quem não estudou os militares, de quem não conhece o meio nem seu motivo de existir”.

Entretanto, o historiador formado pela Universidade de Paris disse em seguida que se deve repensar o tamanho, o emprego e a precisão das Forças Especiais

“Acredito que deve haver, no máximo, 2 ou 3 companhias de Forças Especiais, para atender a situações de emergência, e o atual comando parece atento ao caso, como se viu na decisão do Estado-Maior do Exército de formar um grupo de trabalho para propor uma nova diretriz para o Comando de Operações Especiais” .

A criação do grupo citado por Manuel Domingos foi oficializada em 13 de dezembro de 2024 e publicada na edição 51/2024 do Boletim do Exército.

Historiador chamou Múcio de ministro entre aspas e mero porta-voz

Manuel Domingos Neto teceu críticas a José Múcio Monteiro e disse que ele é “ministro entre aspas, não orienta nada” e “apenas um porta-voz dos militares”. O presidente Lula também não foi poupado. 

“O que cabe ao poder político é assumir o comando, porque a relação com o militar só pode se dar a partir da hierarquia e da disciplina. A mensagem que se passa quando se designa um mero porta-voz como ministro é de fraqueza, mas isso é algo possível de se recuperar. Basta o presidente da República assumir o comando de fato”.

Recentemente, Múcio admitiu pela primeira vez que pode deixar o governo.

Campos

Campos

Bacharel em Jornalismo com experiência na cobertura política, econômica e militar.