Pentágono em estado de alerta: a Marinha da China avança agressivamente para expandir seu poderio naval, desafiando a supremacia dos EUA e sinalizando ambições de domínio global nos oceanos

A Marinha do Exército de Libertação Popular da China (PLAN) está consolidando seu papel como uma força marítima global. Em 2023, a PLAN intensificou significativamente suas operações fora das águas regionais, lançando uma frota crescente de navios de guerra e embarcações de apoio logístico. Essa evolução permite à China projetar poder além de suas fronteiras e aumentar sua influência global.
De acordo com um relatório do Pentágono divulgado nesta quarta-feira, a PLAN conta com mais de 370 embarcações, destacando avanços que ampliam sua capacidade de projeção marítima. Embora o documento não indique quando a PLAN poderá operar regularmente nas costas americanas, há uma clara ênfase em seu treinamento de longa distância, abrangendo o leste do Oceano Índico e o oeste do Oceano Pacífico.
“A PLAN tem promovido um treinamento marítimo de longa distância significativo, que inclui operações no Oceano Índico e no Pacífico,” destacou um alto funcionário da defesa dos EUA. Além disso, o PLAN tem se engajado em operações globais, visitando portos no Oriente Médio e na África, fortalecendo sua presença estratégica.
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Marinha Chinesa reforça estratégias globais com frota tecnológica
Desde 2008, a PLAN mantém presença contínua no Golfo de Áden, operando a partir de Djibuti. A frota da marinha conta com navios modernos, capazes de atuar além das defesas terrestres da China. Um dos avanços mais notáveis é o fortalecimento de sua força de porta-aviões, ampliando a cobertura de defesa aérea e melhorando as capacidades ofensivas e defensivas do país.
Outro ponto de destaque é a frota logística da PLAN, que inclui os novos navios de apoio de combate rápido da classe FUYU. Esses navios foram projetados para apoiar operações de porta-aviões e navios anfíbios da marinha de grande porte, aumentando significativamente a capacidade da China de realizar operações de longa duração.
Operações globais e parcerias internacionais
Nos últimos anos, a PLAN realizou diversas operações que demonstram sua ambição global. Em 2021, embarcações chinesas foram avistadas na Zona Econômica Exclusiva dos Estados Unidos, perto das Ilhas Aleutas, no Alasca. Em 2017, uma força-tarefa da PLAN esteve ativa no Mar Mediterrâneo e participou de exercícios conjuntos com a Rússia no Mar Báltico.
O avanço da indústria naval chinesa também merece destaque. O Escritório de Inteligência Naval dos EUA (ONI) alertou em 2023 que a China possui uma capacidade de construção naval 200 vezes maior que a dos Estados Unidos. Essa superioridade industrial permite à PLAN substituir gerações anteriores de embarcações por plataformas multimissão modernas, equipadas com armas e sensores avançados.
Navios da Marinha e a expansão do poder aéreo com o Porta-Aviões Fujian
Entre os avanços recentes, destaca-se o cruzador de mísseis guiados da classe Renhai, ou Tipo 055. Com capacidade para disparar mísseis de ataque terrestre, antinavio e antiaéreos, esses navios superam em tamanho e poder de fogo suas contrapartes americanas. O relatório também aponta que o terceiro porta-aviões da China, o Fujian, está em fase de testes e deve elevar a capacidade de projeção de poder do PLAN.
Além disso, a frota chinesa inclui destróieres modernos como os tipos 055 e 052, navios de atracação da classe Yuzhao Tipo 071, e navios de assalto anfíbio Tipo 075. A China também está desenvolvendo o Tipo 076, um navio de assalto anfíbio de grandes dimensões que pode suportar aeronaves não tripuladas e drones de asa fixa.
Presença global e implicações geopolíticas
A PLAN está expandindo suas bases logísticas para suportar operações globais. Além de Djibuti, o relatório indica que a China está avaliando novas instalações em locais como Paquistão, Tailândia, Emirados Árabes Unidos e Cuba. Pequim justifica essas instalações como necessárias para proteger suas linhas de comunicação e ativos internacionais.
O relatório também aborda o desenvolvimento de ativos aéreos como o bombardeiro H-20, que, embora ainda não operacional, poderá ampliar o alcance da China nos próximos anos. Essa combinação de avanços marítimos e aéreos reflete as ambições da China de redefinir a ordem global.
Com uma marinha em expansão, Pequim está cada vez mais preparada para desafiar a Pax Americana, que tem dominado os mares desde a Segunda Guerra Mundial. O mundo aguarda para ver como os Estados Unidos responderão a essa nova realidade, enquanto a PLAN continua a se aproximar de territórios críticos e a alterar o equilíbrio de poder nos mares globais.