O “golpe de mestre” da comunicação estratégica da Marinha: com 7 milhões de visualizações em apenas 3 dias, a força dominou as redes sociais

Se a Marinha do Brasil queria chamar a atenção nas redes sociais, dessa vez conseguiu. Alguns militares acreditam que a intenção inicial ao publicar um vídeo com militares em atividades operacionais em contraposição com civis em momentos de diversão, foi divulgar um espécie de resposta para o público interno, que nas redes sociais criticava muito o comando da força – hoje nas mãos do Almirante de Esquada Marcos Sampaio Olsen – por não se posicionar contra medidas do governo que acabam reduzindo o salário dos militares. Outros enxergam no vídeo um recado para membros do governo, como a presidente do PT Gleisi Hoffmann, que mencionou que os militares teriam privilégios, incluindo uma aposentadoria precoce.
Fato é que a peça midiática, divulgada em 1 de dezembro em evento da Marinha em Brasília, tem alcançado público recorde e levantado discussões em todos os grandes canais de TV e internet. A maior parte das críticas foca na contraposição que foi feita entre o serviço militar e as atividades de recreação da sociedade civil, o que acabou deixando a impressão de que a mensagem é: enquanto vocês se divertem os militares da Marinha trabalham.
No “x”, considerada como a rede mais politica, verifica-se que o vídeo da marinha obteve maior “sucesso”, onde foi visualizado 4 milhões de vezes. Para se ter uma idéia da magnitude da situação, em suas últimas 10 postagens nessa rede, anteriores ao vídeo institucional em alusão ao 13 de dezembro, a marinha alcançou 16 mil visualizações como número máximo, tendo como média apenas 7.8 mil visualizações por postagem.
Profissionais da área de comunicação entrevistados por canais de mídia mencionaram o fato da mensagem ter um efeito polarizador, o que é justamente o contrário do que se espera da comunicação institucional, que deve ter como objetivo principal criar uma conexão emocional com o público.
Números do vídeo da Marinha nas mídias sociais

Robson Augusto – Revista Sociedade Militar