Sob uma igreja histórica no coração de Mitla, no México, arqueólogos realizaram uma pesquisa que resultou em uma descoberta digna de filme: túneis ocultos que levam ao que chamaram de “passagem para o submundo” da antiga civilização Zapoteca, que habitou a região entre 700 a.C. e o início do século XV. Esse achado, envolto em mistério, cultura e avançada tecnologia, revela os segredos de um complexo arquitetônico milenar e conecta o passado ao presente de forma fascinante.

Prepare-se para uma viagem ao desconhecido, mergulhar em um universo de pesquisa, mistérios, túneis secretos e uma herança cultural que ecoa até hoje onde a história, a ciência e o espiritual se encontram!

Tecnologia de ponta na exploração do passado por arqueólogos

A investigação, conduzida em julho de 2023, envolveu uma colaboração entre o Instituto Nacional Mexicano de Antropologia e História (INAH), a Universidade Autônoma do México e o Projeto ARX.

Arqueólogos utilizaram tecnologias não invasivas, como a tomografia de resistividade elétrica, para analisar o subsolo sem prejudicar as estruturas históricas. Esses métodos permitiram medir a reflexão de ondas eletromagnéticas e sísmicas, revelando detalhes do complexo subterrâneo.

Pesquisas arqueológicas apontaram evidências semelhantes de “portais para o submundo”

Essa mesma abordagem já foi aplicada em sítios mesoamericanos como Teotihuacán, onde pesquisas apontaram evidências semelhantes de “portais para o submundo” foram descobertas. As ruínas zapotecas de Mitla, ostentam mosaicos intrincados, tumbas ricas em artefatos e monumentos impressionantes que refletem a sofisticação dessa antiga civilização.

Além de confirmar relatos coloniais sobre rituais relacionados ao culto dos mortos, os túneis reforçam a importância de Mitla como principal centro religioso zapoteca até a chegada dos astecas no século XV. Abandonado após a conquista asteca, o local carrega a memória de cerimônias elaboradas e profundas conexões espirituais com o conceito de vida após a morte.

Mitla e a Cultura do Dia dos Mortos reconhecido pela UNESCO em pesquisa recente

Mitla é um marco na rica tradição do México e conecta-se diretamente à celebração do Día de los Muertos, reconhecido pela UNESCO em pesquisa recente, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade desde 2003. Esta festividade, que ocorre entre o final de outubro e início de novembro, celebra a ligação espiritual entre os vivos e os mortos.

Originado de povos como os astecas e maias, o Dia dos Mortos foi inicialmente celebrado em agosto, mas a influência espanhola durante a colonização ajustou a data para coincidir com o Dia de Todos os Santos. As homenagens incluem altares decorados, caveiras de açúcar, flores vibrantes e a icônica La Catrina.

Embora a celebração ocorra em todo o México, cidades como Oaxaca se destacam por preservar as tradições mais autênticas, fascinando os pesquisadores. A cidade, com seus mosaicos históricos e rica herança cultural, reforça sua posição como um dos principais pólos do Día de los Muertos, mantendo vivo o legado ancestral de povos como os zapotecas.