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Novas tecnologias militares são exibidas pela China em um dos eventos mais importantes do mundo, com foco no poder da força aérea e no fortalecimento do exército

por Noel Budeguer 24/03/2025
Novas tecnologias militares são exibidas pela China em um dos eventos mais importantes do mundo, com foco no poder da força aérea e no fortalecimento do exército

O Zhuhai Airshow 2024, realizado de 12 a 17 de novembro na cidade de Zhuhai, no sul da China, destacou-se como uma vitrine das ambições estratégicas da força aérea e do exército do país, além dos avanços tecnológicos no setor aeroespacial. O evento apresentou uma série de inovações que reforçam a posição da China como uma potência emergente na aviação militar e civil.

J-35A: A resposta chinesa ao F-35 americano

O grande destaque do evento foi a apresentação do J-35A, o mais recente caça de quinta geração desenvolvido pela Shenyang Aircraft Corporation. Com design furtivo e motores duplos, o J-35A é visto como a resposta direta da China ao F-35 dos Estados Unidos. Equipado com tecnologia avançada de absorção de radar, o caça é projetado para penetrar profundamente em territórios inimigos sem ser detectado. Além disso, sua capacidade de se conectar a outros equipamentos para formar redes integradas de ataque destaca a ênfase da China na interoperabilidade em cenários de guerra moderna.

Close-up look at J-35A finally lets us compare it to the F-35

J-15T: Avanços na aviação embarcada

Outro destaque foi o J-15T, uma versão atualizada do conhecido Su-27 Flanker soviético, adaptado para operações em porta-aviões. Projetado para decolar de porta-aviões utilizando tecnologia de catapulta, o J-15T representa um avanço significativo na capacidade de projeção de poder aéreo naval da China. Com sistemas de navegação e combate modernizados, o caça está preparado para enfrentar múltiplas ameaças simultaneamente, reforçando a eficácia operacional da marinha chinesa.

HQ-19: Defesa aérea de longo alcance

No campo da defesa aérea, o HQ-19 foi apresentado como a resposta chinesa ao sistema THAAD dos Estados Unidos. Projetado para interceptar mísseis balísticos e outras ameaças aéreas a longas distâncias, o HQ-19 possui um alcance de interceptação de até 500 quilômetros e é capaz de engajar mísseis de cruzeiro e balísticos em alta altitude. Montado em plataformas móveis, o sistema pode ser rapidamente reposicionado conforme necessário, refletindo a preocupação da China com a defesa de seu território e a proteção de ativos estratégicos.

Projetado para interceptar mísseis balísticos e outras ameaças aéreas a longas distâncias, o HQ-19 possui um alcance de interceptação de até 500 quilômetros

Drones WJ-700 e CH-7: Inovações em veículos aéreos não tripulados

Os drones também tiveram destaque no Zhuhai Airshow 2024. O WJ-700, o maior drone de carga já produzido na China, é capaz de transportar cargas de até 4 toneladas, sendo ideal para manter linhas logísticas em operações remotas. Já o CH-7, considerado uma obra-prima da engenharia stealth aplicada a drones, é projetado para missões de alerta antecipado e guerra eletrônica, operando a altitudes de até 16.000 metros e com autonomia de voo prolongada. Essas inovações demonstram o compromisso da China em expandir suas capacidades em veículos aéreos não tripulados para diversas aplicações militares.

Motivações estratégicas e geopolíticas para o fortalecimento da força aérea e do exército

O investimento significativo da China em tecnologias avançadas reflete sua visão estratégica de consolidar a força aérea e o exército como pilares de uma potência global, desafiando a hegemonia militar dos Estados Unidos. As tensões no Indo-Pacífico, especialmente no Mar do Sul da China, impulsionam o país a se preparar para possíveis confrontos. Equipamentos como o J-35A e o CH-7 fortalecem a capacidade da força aérea de operar longe das fronteiras, uma medida essencial para ampliar a influência global da China.

Ao desenvolver sistemas equivalentes aos dos Estados Unidos, a China reforça sua posição geopolítica e tecnológica, enviando uma mensagem clara de que está determinada a moldar o futuro das operações militares globais.