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Monitoramento de Objetos Espaciais em Órbita Baixa — O que é, e como o Brasil está se preparando

por JB Reis Publicado em 23/10/2024
Monitoramento de Objetos Espaciais em Órbita Baixa — O que é, e como o Brasil está se preparando

Mais de 1 milhão de pedaços de detritos espaciais maiores que 1 cm estão orbitando a Terra. Com 20.000 novos satélites previstos para serem lançados na próxima década, esse número aumentará – assim como o risco de colisão no espaço. Tal colisão poderia danificar gravemente um satélite, ou até mesmo destruí-lo, o que resultaria em interrupções significativas nos serviços. 

UNIÃO EUROPEIA

No âmbito da União Europeia, mais de 200 organizações atualmente recebem esses serviços e mais de 500 satélites estão protegidos contra o risco de colisão.

Desde 2021 foi estabelecido o Sistema de Vigilância e Rastreamento Espacial (SST), que faz parte do componente Consciência Situacional Espacial (SSA) do Programa Espacial da UE.

ESTADOS UNIDOS

Nos EUA a Vigilância Espacial com Base no Espaço (SBSS) opera 24 horas por dia, 7 dias por semana, coletando dados métricos e de Identificação de Objetos Espaciais para objetos orbitais artificiais sem a interrupção do clima, hora do dia e atmosfera que podem limitar os sistemas terrestres. 

Desde 17 de agosto de 2012, a Vigilância Espacial dos EUA está em capacidade operacional plena.

ESPANHA E FRANÇA

A Espanha tem o Centro de Operações (S3TOC), localizado na Base Aérea de Torrejón de Ardoz, e um radar para rastreamento de objetos em órbita próxima à Terra (S3TSR). Ambos fazem parte do programa europeu EUSST. 

O S3TOC, como parte do programa europeu EUSST, fornece serviços de Prevenção de Colisões (CA) a mais de 300 satélites de 30 utilizadores europeus diferentes.

O esquema utilizado é um regime de redundância a quente em que participam os centros de operações franceses e espanhóis, o que garante a consistência dos resultados e a continuação do serviço em caso de falha de um dos dois centros.

BRASIL ENGATINHA

Aqui no Brasil, por enquanto o Comando da Aeronáutica (COMAER) recém iniciou os estudos relacionados ao Projeto Sistema de Monitoramento de Objetos Espaciais em Órbita Baixa (SMOE LEO).

Em seu site, a Força Aérea afirma que o “projeto tem como objetivo a aquisição de um equipamento destinado à detecção e rastreamento de objetos espaciais (Space Surveillance and Tracking – SST)”.

Uma das etapas para a realização dessa tarefa será a emissão de um Pedido de Informações (Request for Information – RFI) a potenciais fornecedores desse tipo de sistema. 

Segundo a comunicação da FAB, as empresas interessadas em participar desse estudo podem solicitar sua habilitação para receber o RFI por meio do contato abaixo, preferencialmente até o dia 08/11/2024:

COMISSÃO COORDENADORA DO PROGRAMA AERONAVE DE COMBATE
E-mail: projetosmoeleo.copac@fab.mil.br

A habilitação para receber o RFI e a resposta a esse instrumento não criam nenhum tipo de obrigação para as partes, servindo apenas para fornecer subsídios para a análise da viabilidade do projeto.

JB Reis

JB Reis

Militar da reserva, articulista da Revista Sociedade Militar. https://linktr.ee/veteranistao