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Comandante da Marinha muda a postura, solta verbo sobre contenção de gastos do governo e admite grave comprometimento do programa nuclear e parceria com a França: “Cenário orçamentário caótico”

por Campos Publicado em 27/08/2024
Comandante da Marinha muda a postura, solta verbo sobre contenção de gastos do governo e admite grave comprometimento do programa nuclear e parceria com a França: “Cenário orçamentário caótico”

Depois de minimizar, em abril, a demissão de 200 funcionários do Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha), alegando que os cortes não iriam afetar ou comprometer a fabricação dos equipamentos, o comandante da Marinha Marcos Sampaio Olsen mudou a postura.

O Almirante enviou uma nota pra imprensa nesta segunda-feira, 26 de agosto, admitindo que os cortes no orçamento que atingiram recentemente a Força Naval podem prejudicar o Programa Nuclear da Marinha e atingir em cheio a parceria estratégica entre Brasil e França na área da Defesa. Olsen também endossou que os cortes acarretaram a demissão de centenas de trabalhadores

“Nos últimos anos, diante de um cenário orçamentário caótico e com o objetivo de cumprir o decreto de contenção de gastos do Governo Federal, a Força Naval tem, reiteradamente, anulado a execução de diversas despesas públicas, comprometendo gravemente o custeio e investimentos”.

Ainda segundo a nota do comandante, os cortes no orçamento vão levar à redução de estoques de munições, impactar o treinamento dos militares, diminuir as iniciativas de fiscalização e resgate no mar e reduzir o apoio da Marinha ao Proantar (Programa Antártico Brasileiro). 

Esse é o segundo integrante do alto escalão das Forças Armadas que critica a situação financeira do país. Na última quinta-feira, 22 de agosto, em evento de comemoração ao Dia do Soldado, o comandante do Exército Tomás Paiva reclamou da falta de verba diante do presidente Lula e do ministro da Defesa José Múcio Monteiro

“Esse espírito perseverante e de doação integral à carreira tem sido mantido incólume, mesmo sob os escritos das restrições orçamentárias que atingem a todos. Apesar disso, não nos descuidamos da imperiosa necessidade de mais helicópteros, de mais blindados e mais mísseis”.

Campos

Campos

Bacharel em Jornalismo com experiência na cobertura política, econômica e militar.