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Marinha russa reforça frota com nova corveta classe Karakurt, marcando presença nas águas costeiras e demonstrando poderio naval em ascensão

por Jefferson S Publicado em 26/08/2024
Marinha russa reforça frota com nova corveta classe Karakurt, marcando presença nas águas costeiras e demonstrando poderio naval em ascensão

A Marinha russa deu mais um passo em sua estratégia de reforço naval ao aceitar a entrega de mais um corveta da classe Karakurt, o Amur.

Esse desenvolvimento ocorre em um momento em que a principal embarcação da frota, o porta-aviões Admiral Kuznetsov, permanece fora de serviço após um longo período de reparos, levantando dúvidas sobre seu retorno ao mar.

No entanto, a introdução de navios menores, mas altamente armados, como o Amur, mostra que a Rússia continua determinada a expandir e modernizar suas capacidades navais.

O Amur é a sexta embarcação da classe Karakurt a ser entregue à Marinha russa, de um total planejado de 16 navios, dos quais cinco já estão em serviço ativo. A cerimônia oficial de aceitação ocorreu em Kaspiysk, com a presença do comandante-chefe da Marinha Russa, almirante Aleksander Moiseyev, que enfatizou a importância desse novo navio na defesa dos interesses nacionais.

Projetados pelo Almaz Central Marine Design Bureau, os corvetas da classe Karakurt são reconhecidos por sua potência de ataque e elevada capacidade marítima, mesmo sendo embarcações relativamente pequenas.

Essas corvetas são equipadas com mísseis de cruzeiro Kalibr-NK ou Oniks, capazes de atingir alvos estratégicos em áreas costeiras, conhecidas como águas verdes, o que inclui defesas costeiras e instalações offshore.

Além dos mísseis, o Amur também está armado com um canhão automático de dupla finalidade A-190 de 100 mm, entre outras armas, tornando-o uma plataforma versátil para enfrentar uma variedade de ameaças, incluindo ataques aéreos.

Essas capacidades destacam a prioridade da Rússia em fortalecer seu componente naval de superfície, especialmente em regiões próximas a suas costas.

Apesar de originalmente 18 navios desse tipo terem sido planejados, o número foi revisado para 16, dos quais seis já foram construídos e entregues. A classe Karakurt se apresenta como uma solução mais marítima em comparação com a classe Buyan-M, que opera principalmente em zonas litorâneas.

O projeto 22800 foi concebido não só para atacar embarcações inimigas, mas também para operar em conjunto com outras forças, ampliando o alcance e a eficácia da Marinha russa em várias frentes.

O Amur, com uma tripulação de 39 marinheiros, é um exemplo do foco contínuo da Rússia em melhorar sua capacidade de defesa e projeção de poder no mar.

Com um deslocamento de cerca de 860 toneladas e uma velocidade máxima de 30 nós, o Amur pode permanecer em operação por até 12 dias, cobrindo uma distância de até 2.500 milhas.

Essa combinação de características reforça a posição da Marinha russa em águas próximas e sublinha sua estratégia de defender interesses nacionais com recursos modernizados e flexíveis.

Essa entrega simboliza a resiliência e a capacidade de adaptação da Marinha russa, que, apesar das dificuldades enfrentadas com o Admiral Kuznetsov, continua a fortalecer sua presença naval com unidades menores, mas eficazes, como o corveta Amur.

Com informações de National Interest

Jefferson S

Jefferson S

Ex-militar das Forças Armadas com experiência em Gestão do Conhecimento e Inteligência Competitiva (Sebrae-RJ) e certificado como especialista de investimentos pela ANCORD, tendo atuado nos maiores escritórios da XP investimentos. Analiso e produzo conteúdos para a internet desde 2025, meu primeiro blog foi o "bizu de militar", onde passava dicas para os recrutas no Exército. Atuo na Sociedade Militar trazendo análises e conteúdos relacionados a Geopolítica, Tecnologia militar, Industria de Defesa e Inteligência Artificial.