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Austrália realiza primeiro teste de míssil avançado SM-6 lançado de navio de guerra, capaz de interceptar mísseis balísticos e destruir alvos aéreos, navais e terrestres em um só golpe

por Alves Publicado em 12/08/2024
Austrália realiza primeiro teste de míssil avançado SM-6 lançado de navio de guerra, capaz de interceptar mísseis balísticos e destruir alvos aéreos, navais e terrestres em um só golpe

Em um marco importante para a defesa nacional, a Austrália anunciou neste sábado que realizou com sucesso o primeiro teste do míssil avançado SM-6, fabricado pela Raytheon, a partir de um navio da Marinha. O teste, considerado um avanço significativo na aquisição e integração dessa poderosa arma de defesa aérea, foi conduzido pelo navio HMAS Sydney nas proximidades do estado norte-americano do Havaí, durante o exercício Pacific Dragon 2024.

O míssil SM-6 é atualmente o sistema de defesa aérea naval mais avançado do arsenal dos Estados Unidos, com capacidade para interceptar mísseis balísticos e realizar ataques a alvos navais e terrestres, além de poder ser utilizado em cenários de combate aéreo. Pat Conroy, ministro australiano da Indústria de Defesa e Entrega de Capacidades, destacou a importância do teste, afirmando que ele reforça a capacidade da Marinha Australiana de dissuadir ameaças de longo alcance e proteger o território nacional contra possíveis agressões.

Nos últimos anos, a Austrália vem investindo fortemente no fortalecimento de suas capacidades militares, especialmente diante das crescentes tensões com a China. O teste do SM-6, que faz parte desse esforço mais amplo, permite à Marinha Australiana expandir o raio de defesa de seus navios, forçando potenciais adversários a operar a distâncias maiores e possibilitando que a Austrália se projete mais profundamente em águas contestadas em caso de conflito.

Em março deste ano, a Austrália já havia colaborado com os Estados Unidos em um teste separado do míssil SM-6, fornecendo dados de coleta, comunicações e rastreamento, conforme informado pela Agência de Defesa de Mísseis dos EUA. No entanto, o teste deste sábado marca a primeira vez que o míssil foi disparado diretamente de um navio australiano.

Apesar do sucesso do teste, o governo australiano ainda não revelou quantos desses mísseis pretende adquirir dos Estados Unidos. Quando a venda militar estrangeira foi aprovada em 2021, documentos do governo norte-americano estimavam um custo de 350 milhões de dólares para a compra de artigos e serviços de defesa, incluindo tanto os mísseis SM-6 quanto os modelos mais antigos SM-2, já em uso pela Marinha Australiana.

O anúncio feito pelo governo não especificou quando o míssil SM-6 será totalmente operacional, mas confirmou que ele será implantado nos destróieres da classe Hobart, dos quais a Austrália possui três unidades. Cada um desses navios é capaz de carregar até 48 mísseis de defesa aérea, aumentando significativamente o poder de fogo da frota australiana.

A versatilidade do SM-6 faz dele uma adição valiosa ao limitado arsenal de mísseis da Marinha Real Australiana, proporcionando capacidades adicionais de defesa antinavio e antimísseis que complementam o Míssil Naval de Ataque, outra arma avançada recentemente testada pela Austrália. Segundo Euan Graham, analista sênior do Instituto Australiano de Política Estratégica, o SM-6 oferece uma camada extra de segurança e poder de ataque, fundamental para a estratégia de defesa nacional do país.

Este desenvolvimento ocorre em um momento em que a Austrália busca fortalecer suas bases militares com o apoio dos Estados Unidos, em resposta ao aumento das tensões na região do Indo-Pacífico. A capacidade de lançar mísseis de longo alcance a partir de seus destróieres oferece à Austrália uma posição mais robusta em sua defesa, dissuadindo potenciais ameaças e solidificando sua posição geopolítica na região.

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