Cautela: Capitão indiciado pela PF por associação criminosa e lavagem de dinheiro no caso das joias não será punido pelo Exército, diz Veja

Interlocutores do Exército ouvidos pela revista Veja informaram que, em curto prazo, não há previsão de punição ao capitão Osmar Crivelatti.
Ele foi indiciado pela PF (Polícia Federal) no dia 5 de julho pelos supostos crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro no âmbito do caso do desvio de joias sauditas e presentes que teriam sido recebidos de forma irregular por Jair Bolsonaro.
Segundo as fontes de Veja, apesar do indiciamento, o militar ainda não está sob júdice. O próximo passo é o Ministério Público se posicionar sobre o pedido da PF e decidir se vai ou não denunciar o capitão. Por esse motivo, consideram que qualquer restrição a ele neste momento seria prematura.
Essa cautela não está sendo exclusiva a Crivelatti. Mauro Cid, por exemplo, só foi afastado por ordem do ministro Alexandre de Moraes e não por decisão do Exército.
A diferença entre eles é que Crivelatti foi promovido pela Força Terrestre mesmo após o início das investigações. Já Cid teve a ascensão vetada pelo Exército.
Oficialmente, Crivelatti ainda é assessor do ex-presidente, mas está impedido de se comunicar com Bolsonaro desde agosto do ano passado, a partir de uma decisão de Moraes.
Para exercer algum ofício no Exército, Crivelatti precisa ser liberado por Moraes ou então ser exonerado pelo ex-presidente.
Por que Crivelatti foi indiciado?
A PF trata Osmar Crivelatti como peça-chave da investigação por ter supostamente acompanhado de perto a retirada das joias do acervo presidencial e o processo de resgate dos itens colocados à venda.
Segundo os investigadores, o militar fazia parte de um esquema pra desviar itens do acervo e teria sido ele o responsável por receber o kit composto por um relógio e joias da Chopard.
Em delação, Mauro Cid também afirmou que repassou em mãos a Crivelatti o valor de US$ 20 mil dólares para serem entregues ao ex-presidente após a venda dos itens em um leilão.