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Comandante do Exército diz que é humanitário investigar sobre desaparecidos no regime militar: “não vejo nenhum problema”, disse

por Sociedade Militar Publicado em 10/06/2024
Comandante do Exército diz que é humanitário investigar sobre desaparecidos no regime militar: “não vejo nenhum problema”, disse

O Comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva. Foto: Agência Brasil

Em entrevista concedida ao jornal Estadão, no dia 7 de junho, o Comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, respondeu a várias perguntas.

Das viagens à China, passando pela ascensão das primeiras mulheres ao generalato, a entrevista tocou em pontos bastante sensíveis.

De todos os questionamentos feitos pela entrevistadora Monica Gugliano, um dos mais polêmicos foi a reedição da Comissão de mortos e desaparecidos da ditadura militar. 

Perguntado sobre a Comissão de Mortos e Desaparecidos, o general não tergiversou e respondeu que “isso já está definido”. 

Em algum momento vai ser reativada, tendo em vista o fato de que as pessoas perderam gente. Eles teriam o direito de saber o paradeiro. Enquanto a pessoa estiver desaparecida, eu acho que é humanitário ter a possibilidade de saber o que aconteceu. Isso tem que ser entendido como uma questão humanitária. Eu só fico preocupado de, com o tempo, as expectativas serem frustradas.

A entrevistadora mencionou possíveis reclamações vindas da esfera militar, ao que Tomás Paiva respondeu:
Mas é um direito das pessoas de saber o que aconteceu com seus parentes. Então, mesmo reclamando, é o correto.

Sobre a colaboração por parte do Exército nas investigações:
O Exército sempre ajudou. Historicamente, sempre ajudou. Houve várias expedições, várias pesquisas. Grupo de Trabalho Araguaia, por exemplo. O que eu fico chateado é que às vezes as pessoas não conseguem entender as expectativas.

Passado tanto tempo, a gente não consegue encontrar o que aconteceu. Mas, novamente, eu reitero: enquanto tiver as pessoas que tiveram perdas e você tiver a possibilidade da pessoa querer saber o que aconteceu, eu acho que isso é humanitário. Isto está pacificado nesse aspecto para nós.

— “Então, o presidente pode instalar essa comissão, porque ele dizia que não instalava por causa dos militares, que ele podia reformar?”
É decisão dele. Não vejo problema.”

— “Como está a sua relação com o presidente Lula?”
É muito boa. Ele é o comandante supremo.

 

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