“Compramos sem ter certeza de que vamos pagar”: Em meio a escalada de conflitos mundiais, Ministro da Defesa pede mais recursos a deputados
O ministro da Defesa do Brasil, José Múcio Monteiro Filho, pediu aos deputados federais o aumento do orçamento destinado às Forças Armadas.
O pedido foi feito na quinta-feira, 17 de abril, durante reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados e foi justificado pelo fato de vários países estarem se armando e de existirem muitas áreas em conflito atualmente no mundo.
De acordo com Múcio, o mundo gasta 2,3%, em média, do PIB (Produto Interno Bruto) com defesa, enquanto o Brasil gasta somente 1,1%. Até 2030, conforme o Programa de Aceleração do Crescimento, estão previstos R$ 52,8 bilhões para Exército, Marinha e Aeronáutica, mas o valor precisa ser confirmado pelos orçamentos anuais.
Na oportunidade, Múcio informou que a queda do orçamento da Defesa passou a ser verificada após o governo da presidente Dilma Rousseff e que é preciso reverter essa situação.
“Nós não temos previsibilidade orçamentária. Dependemos da responsabilidade de quem faz o orçamento. Nós compramos sem ter certeza de que vamos pagar”, disse o ministro.
Também estiveram presentes o comandante do Exército, general Tomás Paiva; o comandante da Força Aérea, tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno; e o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen.
Segundo o Comandante Olsen, o Brasil é a nona economia do mundo, mas a 25ª em defesa marítima. “Me surpreende ver a Rússia como o 11º PIB, sustentando um conflito há 2 anos e meio e mantendo todos os programas estratégicos que tem”.
Ações dos militares em 2023
O ministro da Defesa aproveitou a sessão na Câmara para também listar as inúmeras ações dos militares em 2023.
Foram mencionadas atuações nas calamidades naturais, segurança nas fronteiras e repatriação de brasileiros. Sobre o contrabando de madeira e tráfico de drogas, o Exército estima que gerou um prejuízo de R$ 824 milhões ao crime organizado.
Outras ações destacadas foram a destruição de balsas de garimpo ilegal no território Yanomami e a criação de um novo campus do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) na cidade de Fortaleza.
