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Central Única dos Trabalhadores (CUT) se manifesta contra a venda da Avibras a grupo estrangeiro; Alta cúpula do Exército vê com bons olhos

por Jefferson S Publicado em 08/04/2024
Central Única dos Trabalhadores (CUT) se manifesta contra a venda da Avibras a grupo estrangeiro; Alta cúpula do Exército vê com bons olhos

A venda da Avibras Indústria Aeroespacial, uma das principais empresas brasileiras do setor de defesa, ao grupo australiano DefendTex, recebeu o endosso de oficiais do Comando do Exército Brasileiro, conforme relatado pela CNN Brasil.

Leia também: Comando do Exército endossa venda da Avibras para grupo estrangeiro, diz CNN

O apoio do Exército à negociação contrasta com a oposição de sindicatos, dentre eles a Central Única dos Trabalhadores (CUT), e certos setores da sociedade, que veem a venda como uma ameaça à soberania e capacidade de defesa nacional do Brasil.

O General Rocha Lima, chefe do Escritório de Projetos do Exército (EPEx), defendeu a transferência de controle para o grupo estrangeiro como um meio necessário para evitar a paralisação de projetos estratégicos e garantir a entrega de encomendas no valor de cerca de R$ 60 milhões.

Esses projetos incluem o desenvolvimento do míssil tático de cruzeiro, capaz de atingir alvos a até 300 quilômetros de distância com precisão notável, e o sistema de foguetes de artilharia Astros, ambos fundamentais para a modernização das capacidades defensivas do Brasil.

Esta posição do Exército surge em um momento delicado para a Avibras, que enfrenta uma situação financeira crítica, estando em recuperação judicial e com dívidas que impactam seu funcionamento e capacidade de pagar salários atrasados há mais de um ano.

A venda para o DefendTex é vista pela empresa como uma oportunidade de recuperar sua estabilidade financeira, manter as operações no Brasil e honrar os contratos com o governo brasileiro.

Contudo, a perspectiva de uma empresa estratégica de defesa nacional passar para o controle de uma entidade estrangeira suscitou críticas e comparativos com tentativas anteriores de transferência de controle de empresas nacionais, como a tentativa de venda da Embraer para a Boeing.

Essas preocupações refletem o temor de perda de autonomia nacional na produção de armamentos e a possível influência negativa sobre a independência e segurança do Brasil.

Entre os críticos está a CUT, que, junto a outros sindicatos, expressa preocupação com a venda. A CUT enfatiza a importância de manter o capital e a produção da Avibras sob controle nacional, argumentando que tal medida é crucial para os esforços de reindustrialização do país e para a manutenção da soberania.

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Loricardo de Oliveira, afirmou em entrevista ao Valor Econômico que a medida prejudica os esforços de reindustrialização do país que o governo tenta avançar.

“É importante que haja uma conversa para que a empresa se mantenha nacional e mantenha a produção aqui, com conteúdo e tecnologia nacional”, afirmou.

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Revista Sociedade Militar com informações de CNN e Valor.

Jefferson S

Jefferson S

Ex-militar das Forças Armadas com experiência em Gestão do Conhecimento e Inteligência Competitiva (Sebrae-RJ) e certificado como especialista de investimentos pela ANCORD, tendo atuado nos maiores escritórios da XP investimentos. Analiso e produzo conteúdos para a internet desde 2025, meu primeiro blog foi o "bizu de militar", onde passava dicas para os recrutas no Exército. Atuo na Sociedade Militar trazendo análises e conteúdos relacionados a Geopolítica, Tecnologia militar, Industria de Defesa e Inteligência Artificial.