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Comando do Exército endossa venda da Avibras para grupo estrangeiro, diz CNN

por Sérvulo Pimentel 06/04/2024
Comando do Exército endossa venda da Avibras para grupo estrangeiro, diz CNN

Contrariando as expectativas de muitos, oficiais do Comando do Exército brasileiro expressaram apoio à venda da Avibras, empresa considerada estratégica na indústria de defesa nacional, para o grupo australiano DefendTex, relata a CNN.

A justificativa para a venda é que a transferência de controle ajudaria na continuidade de projetos estratégicos desenvolvidos em conjunto com o Exército e garantiria a entrega R$ 60 milhões em encomendas feitas pela força terrestre, que estavam ameaçadas diante da “situação pré-falimentar” da companhia.

Preocupações com desnacionalização

A venda da Avibras para um grupo estrangeiro gerou críticas e preocupações com a possível desnacionalização de uma empresa considerada estratégica para a defesa do país.

Há temores, principalmente entre a ala mais a esquerda, de que a empresa seja entregue nos mesmos moldes que foram tentados na entrega da Embraer para a Boeing.

Isso leva-os a pressionar o governo para paralisar a negociação. Além disso, existe a preocupação de que isso possa comprometer a autonomia do Brasil na produção de armamentos.

Encomendas do Exército e projetos estratégicos

Segundo relato de oficiais do Exército, a venda da Avibras é necessária para garantir a entrega de cerca de R$ 60 milhões em encomendas que a força terrestre tem com a empresa, incluindo o desenvolvimento do míssil tático de cruzeiro, que permitiria à artilharia do Exército atingir um alvo a 300 quilômetros de distância com erro de no máximo nove metros.

Os militares argumentam que a situação pré-falimentar da Avibras coloca em risco a conclusão de projetos estratégicos como o Astros, um sistema de foguetes de artilharia com longo alcance e elevada precisão.

Fala do General Rocha Lima

Em uma transmissão ao vivo realizada nesta semana pelo canal do analista geopolítico e oficial da reserva, Paulo Filho, o General Rocha Lima, chefe do Escritório de Projetos do Exército (EPEx), defendeu a venda da Avibras. Ele justificou de maneira bem sincera que a venda é necessária para que os projetos do Exército não fiquem paralisados e o investimento feito até o momento não seja desperdiçado.

Grande parte do programa Astros, naquilo que está relacionado ao comando de artilharia do Exército e naquilo que toca às capacidades proporcionadas pela Avibras, já foi entregue. Mais de 80% já foram entregues”, afirmou o general.

De acordo com o general, o maior projeto pendente de conclusão pela Avibras é o desenvolvimento do míssil tático de cruzeiro.

“É algo que daria bastante projeção ao Brasil“, explicou.

Fonte: CNN Brasil