Recruta da Marinha em Belo Horizonte denuncia racismo e injúria racial vinda de superiores e colegas

Um jovem recruta de 19 anos da Marinha do Brasil, servindo na unidade de Belo Horizonte, localizada na avenida Raja Gabáglia, denunciou ser vítima de racismo, injúria racial e preconceito religioso por parte de superiores e colegas. O caso, que veio à tona recentemente, está sendo investigado pela Marinha e pela Polícia Civil.
De acordo com o recruta, as agressões começaram após sua transferência da unidade do Belvedere para a atual, na Raja Gabáglia. Ele relata ter sido recebido com palavras e tratamentos pejorativos, sendo referido como “escravo”, “primata”, “macaco” e até “macumbeiro” por seus colegas e até superiores.
Essas ofensas foram, em parte, disseminadas através de um grupo de WhatsApp destinado à comunicação sobre atividades rotineiras da instituição, onde o jovem era abertamente hostilizado.
O advogado Gilberto Silva, que representa o recruta, enfatizou o impacto negativo destas experiências no bem-estar e na carreira do jovem, que agora teme represálias e prejuízos à sua trajetória na Marinha.
Apesar dos riscos, o recruta optou por buscar justiça, na esperança de que tais incidentes não se repitam com outros.
A Marinha do Brasil, através da Capitania Fluvial de Minas Gerais, expressou seu pesar pelo ocorrido e reafirmou seu compromisso com a ética, o respeito à dignidade humana e a luta contra condutas discriminatórias.
A instituição está colaborando com as investigações e garante que todos os procedimentos necessários serão realizados para apurar os fatos.
Em nota, a marinha afirmou: “A MB [Marinha do Brasil] lamenta o ocorrido e reafirma o seu compromisso com a ética e com o respeito à dignidade da pessoa humana e reitera seu firme posicionamento contra condutas que afetam a honra e o pundonor militar”
A Polícia Civil, por sua vez, indicou que, tratando-se potencialmente de um crime militar, a Corregedoria da corporação será responsável pelas investigações, seguindo as previsões legais pertinentes.
Com informações de O Tempo e UOL.