Dois SEALs da Marinha dos EUA estão desaparecidos após uma missão arriscada no Golfo de Aden, perto da Somália, onde interceptaram componentes de mísseis iranianos destinados aos militantes Houthi no Iêmen. A operação, realizada na última quinta-feira, envolveu a abordagem de um dhow – um pequeno barco de pesca ou carga comum na região – em águas agitadas, segundo o Comando Central dos EUA (USCENTCOM).

Durante a missão, um dos SEALs caiu na água, e seu companheiro, seguindo o protocolo, pulou para resgatá-lo. As operações de busca e resgate continuam com a participação de aeronaves e navios da Marinha dos EUA.

O dhow foi identificado em 10 de janeiro de 2024, carregando componentes para mísseis balísticos e de cruzeiro de fabricação iraniana, incluindo peças para propulsão, orientação e ogivas. Esses componentes são semelhantes aos utilizados pelos Houthis em ataques a navios mercantes internacionais no Mar Vermelho.

Os SEALs operavam a partir da base marítima expedicionária USS Lewis B. Puller (ESB 3), um cargueiro convertido equipado com decks de pouso para helicópteros e capaz de lançar pequenas embarcações usadas pelos SEALs. A abordagem do dhow ocorreu perto da costa da Somália, em águas internacionais do Mar Arábico.

Eric Oehlerich, um ex-comandante SEAL e colaborador da ABC News, destacou os riscos dessas missões noturnas, especialmente em condições de mar agitado. “Você tem o risco de o seu barco virar perto de embarcações maiores, precisa estabelecer um ponto sólido de escada, escalar uma escada à noite sobre o oceano aberto entre dois navios que estão se chocando, e depois embarcar”, explicou Oehlerich.

O General Michael Erik Kurilla, comandante do CENTCOM, afirmou: “É claro que o Irã continua enviando ajuda letal avançada aos Houthis. Isso é mais um exemplo de como o Irã semeia ativamente a instabilidade na região, violando diretamente a Resolução 2216 do Conselho de Segurança da ONU e o direito internacional”.

Os 14 marinheiros a bordo do dhow foram detidos e estão sob custódia dos EUA, enquanto o futuro deles permanece incerto. Após a remoção dos marinheiros, o dhow foi considerado inseguro e afundado pelas forças navais dos EUA.

Fonte: abcnews