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Policiais do RJ pressionados pelo STF: Operações em risco

por Sérvulo Pimentel Publicado em 27/11/2023
Policiais do RJ pressionados pelo STF: Operações em risco
Policiais do RJ pressionados pelo STF Operações em risco
Reprodução Twitter

No Rio de Janeiro, os policiais enfrentam um novo desafio imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Sob a liderança do ministro Edson Fachin, o STF iniciou um processo de revisão das práticas policiais nas favelas cariocas, destacando a questão da letalidade policial.

O ministro Fachin convocou uma audiência e solicitou a elaboração de uma nota técnica como parte da ADPF 635, uma ação iniciada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) para abordar a violência nas comunidades. Conhecida como ADPF das Favelas, esta ação estabelece limites para operações policiais, visando a avaliação da eficácia e impacto das estratégias atuais.

Inaugurada em 2019, a ADPF 635 questiona a política de segurança pública adotada pelo então governador Wilson Witzel. Em 2020, após a aprovação da maioria dos ministros da Suprema Corte, Fachin sancionou a ação.

As novas diretrizes impõem condições rigorosas para as operações policiais, como o uso restrito de helicópteros, veículos blindados e drones, baseando-se em protocolos detalhados. Além disso, operações nas favelas devem ser justificadas como urgentes e comunicadas previamente ao Ministério Público do RJ, especialmente durante a pandemia de coronavírus.

A decisão de Fachin visa estabelecer metas claras para o plano de segurança pública. Ele pediu a elaboração de uma nota técnica com contribuições do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP), que ajudará a avaliar e adaptar as medidas em vigor.

Os objetivos do STF com a ADPF incluem:

  1. Redução da letalidade policial nas favelas;
  2. Investigação eficaz em casos de violência policial;
  3. Maior transparência e responsabilização das forças policiais;
  4. Combate ao racismo estrutural nas operações policiais.

Uma audiência subsequente envolverá o estado do RJ, a Defensoria Pública estadual, organizações civis e especialistas em segurança pública, onde o estado apresentará um plano adaptado às diretrizes do STF.

Essa nova fase implica desafios adicionais para os policiais do RJ, que já enfrentam condições adversas em seu esforço para combater o crime nas favelas.

Sérvulo Pimentel

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