OceanGate já sabia sobre o potencial de problemas “catastróficos” com as missões para explorar o Titanic
Após dois dias de busca, o submergível Titan da OceanGate Expeditions continua desaparecido em algum lugar no Atlântico. Cinco pessoas estão a bordo do veículo em uma missão para documentar os destroços do Titanic.
Documentos revelados pelo New York Times revelaram que os possíveis problemas com o Titan não apenas eram conhecidos como também debatidos há pelo menos 5 anos. Em 2018, por exemplo, líderes da indústria de veículos submersíveis estavam tão preocupados com o que chamavam de abordagem “experimental” da OceanGate que escreveram uma carta sobre a questão. Nela, os representantes da indústria alertavam sobre possíveis problemas “catastróficos” com o desenvolvimento do submersível e seu planejamento.
A carta foi enviada à OceanGate pelo Comitê de Veículos Subaquáticos Tripulados da Marine Technology Society. O grupo existe a mais de 60 anos e visa promover a tecnologia oceânica e educar o público.
Mais de três dúzias de pessoas, incluindo oceanógrafos, executivos de empresas de submersíveis e exploradores de águas profundas assinam o documento. A carta alerta sob a “preocupação unânime” sobre o desenvolvimento do submersível Titan. O Titan é embarcação que agora está desaparecida no Atlântico Norte com cinco pessoas a bordo.
No entanto, a OceanGate respondeu dizendo que, como o Titan era muito inovador, poderia levar anos para ser certificado pelas principais agências de avaliação.
O porta-voz da OceanGate, contudo, se recusou a comentar a carta de 2018.
Problemas também já eram de conhecimento da OceanGate
Mais recentemente, a OceanGate mencionou alguns problemas técnicos com o Titan em um processo judicial.
“No primeiro mergulho no Titanic, o submersível encontrou um problema de bateria e teve que ser conectado manualmente à sua plataforma de elevação”, escreveu o consultor jurídico e operacional da empresa, David Concannon. O submersível sofreu danos modestos em seu exterior, escreveu Concannon, levando a OceanGate a cancelar a missão para que pudesse fazer reparos.
Ainda assim, 28 pessoas visitaram os destroços do Titanic dentro da embarcação somente no ano passado.
Fonte – The New York Times
