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EUA destinam 800 mil dólares para treinamento militar das Forcas Armadas do Brasil

por Nivaldo 22/04/2023
EUA destinam 800 mil dólares para treinamento militar das Forcas Armadas do Brasil
Secretário de Estado americano Antony Blinken
Documento publicado pelo Departamento de Estado dos EUA, órgão correspondente ao Itamaraty, em conjunto com a USAID (Ajuda internacional norte-americana a dezenas de países), agência ligada a esse Departamento, publicou o orçamento de apoio e ajuda a países no exterior para o Ano Fiscal de 2023.
 
O documento é elaborado como justificativa de orçamento do Congresso americano e contempla ajuda e apoio a dezenas de países no mundo todo. 
 
Projetos de ajuda vão desde a assistência humanitária,  saúde, catástrofes, combate ao tráfico de drogas, antiterrorismo, desminagem, operações de manutenção da paz, conflitos bélicos e políticos até a ênfase no enfrentamento geopolítico com China e Rússia, considerados regimes autoritários, e o apoio maciço ao esforço de defesa ucraniano contra a agressão russa, entre outros. 
 
O Brasil, contemplado neste documento, recebe ajuda orçamentária de 800 mil dólares para treinamento e ensino militar através do projeto IMET, Treinamento e Educação Militar Internacional.
 
No ano Fiscal de 2022 o Brasil já tinha sido contemplado com esse mesmo valor e em 2021 com 650 mil dólares do orçamento do Departamento de Estado americano.
 
A despeito de todo aparente alinhamento econômico, político ou ideológico com nações como China e Rússia, o Brasil tem sido, desde sempre, apoiado com assistência  americana em diversos setores desde a segunda grande guerra, tais como a doação da primeira siderúrgica do Brasil, a CSN, e desenvolvimento de tecnologia em órgãos como a EMBRAPA, que tornou o Brasil um gigante no agro negócio, etc, segundo apurado pela Revista Sociedade Militar.
Ações estratégicas e geopolíticas como essas, são realizadas muito antes, desde a ajuda social e militar ao Governo Vargas, para convencer o Brasil a abandonar um possível alinhamento com Hitler e depois o Plano Marshall de reconstrução da Europa. Algo parecido se dá agora no conflito da Rússia com Ucrânia.
Independente disso, a ajuda americana às dezenas de países em todo globo terrestre nunca cessou, mesmo muitas vezes tendo sido visto hostil por muitos desses países. Pra lá de uma visão estratégica, trata-se da sobrevivência de um modelo de tentativa de tornar o mundo melhor em bem estar social, mais livre e com capacidade tecnológica de produzir mais, ter mais poder de compra, provocando uma sinergia entre todos os povos onde todos possam se unir em crescimento. Esse é, em síntese também, o teor de toda essa ajuda.
  
O documento é assinado pelo Secretário de Estado, Antony Blinken, em sua introdução, onde diz, entre outras coisas que ´´tais iniciativas visam  construir um mundo melhor que ajudará nossos parceiros a construir infraestrutura de qualidade necessária para um crescimento inclusivo e sustentável, aumentando a mão-de-obra e padrões ambientais, promovendo a transparência, combatendo a corrupção e fazendo parceria com o setor privado, incluindo empresas e trabalhadores americanos, para atender às necessidades globais de infraestrutura.
´Esta iniciativa oferece uma alternativa atraente ao Cinturão e Rota da República Popular da China (A nova Rota da Seda) e outros modelos de infraestrutura que distorcem os mercados, alimentam a corrupção, criam sobrecargas de dívidas insustentáveis e recursos degradados.
Brasão do Ministério da Defesa

 

´A crise climática, o aumento do autoritarismo, intensificação das rivalidades geopolíticas, número recorde de refugiados e uma revolução tecnológica que carrega enormes promessas e perigos, necessitam de diplomacia e esforços para garantir nossa segurança´´, diz ainda o documento.

Esse orçamento do ano fiscal de 2023, que inclui US $60,4 bilhões para o Departamento de Estado e a USAID, tem o propósito de que os EUA continuem a liderar o mundo no enfrentamento dos desafios globais e defender o sistema internacional que os Estados Unidos tanto fizeram para construir.

O documento fala ainda dos compromissos com o povo ucraniano e os aliados e parceiros na Europa. Inclui apoio econômico e de segurança adicional para a Ucrânia para ajudar em seu esforço de defesa.

Os ucranianos defendem seu país das ações premeditadas, não provocadas e injustificadas da invasão da Rússia, reforça ainda o documento.

Também fornece apoio significativo aos parceiros na região, apoiando-os em seus caminhos em direção à democracia, integração euro-atlântica e economias de mercado aberto enquanto constroem sua capacidade de combater ações coercitivas de atores externos.
Há também uma forte ênfase em apoio financeiro no combate a doenças e epidemias.
 
O documento é uma justificativa orçamentária e não tem o propósito de especificar para onde será destinado esse orçamento nas instruções militares no Brasil.
 
Além dessa ajuda, o Brasil também é contemplado com outras verbas para outros setores descritos nesse mesmo documento.