O General Tomás, Comandante da AMAN quando Bolsonaro fez discurso político aos cadetes em 2014, diz em entrevista que quer despolitizar as Forças Armadas
O atual comandante do Exército, General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, em entrevista ao O Globo, disse que seu objetivo como Comandante “é afastar a política do Exército”. A fala gerou controvérsias nas redes, pois, como apontado, o General era o comandante da AMAN em 2014, quando Bolsonaro discursou para os cadetes se lançando candidato a presidência da república.
O vídeo do episódio ainda está publicado no canal no youtube de Carlos Bolsonaro, na época, ainda como Deputado Federal, Jair Bolsonaro foi levado até os oficiais recém formados da AMAN e discursou para os mesmos. Na sua fala, ele disse: “Nós temos que mudar este Brasil, tá ok? Alguns vão morrer pelo caminho, mas estou disposto em 2018, seja o que Deus quiser, tentar jogar para a Direita este país!…”
Para alguns, esse episódio ficou marcado como o início da politização das Forças Armadas.
Agora, como Comandante do Exército, o General Tomás afirma que deseja reverter essa politização e focar no trabalho profissional da instituição. Entretanto, sua postura passada em relação à Bolsonaro tem sido debatida, levantando dúvidas sobre os reais motivos por trás da sua proposta de afastar a política do Exército.
Convite pelo WhatsApp
Ainda segundo o GLOBO, o convite para que o General Tomás assumisse o Comando da Tropa veio enquanto ele fazia “compras num supermercado de São Paulo”, quando recebeu uma ligação de um número desconhecido e, ao checar a foto no WhatsApp, descobriu que era o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
A maneira como este convite foi feito foi recebido com estranheza entre especialistas do meio militar. Piero Leirner, que estuda as Forças Armadas há 30 anos, disse o seguinte em seu twitter:
“Eu realmente “quero acreditar” que um convite desses é feito pelo zap de “um número desconhecido”. Tipo desses que a gente recebe de loja: “passa lá prá ver nossas ofertas”. Só isso mereceria a demissão de todos eles – pela falta de “segurança de Estado”. Mas…”. Veja aqui a thread completa no twitter do Piero Leirner, onde ele comenta o press release sobre o General publicado no Globo.
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