Super-IA militar: China desenvolve “cérebro digital” que gera 10 mil simulações de guerra em 48 segundos, processo que levaria 48 horas para comandantes humanos

“Subversão fundamental dos métodos tradicionais.” Com essa frase contundente, uma equipe liderada pelo Professor Fu Yanfang, da Universidade Tecnológica de Xi’an, anuncia um avanço que pode transformar a estratégia militar global. Utilizando o modelo de inteligência artificial DeepSeek, os pesquisadores desenvolveram um sistema capaz de gerar automaticamente 10.000 cenários de combate em apenas 48 segundos — um salto imenso em relação às 48 horas exigidas pelos métodos convencionais.

Mais do que acelerar operações, a inovação marca uma virada radical na forma de planejar conflitos, posicionando a China na linha de frente da guerra digital e consolidando seu protagonismo em um setor crucial para a defesa e a soberania nacional.

“Subversão fundamental” dos métodos tradicionais

De acordo com o portal chinês Global Times, a nova tecnologia representa uma mudança paradigmática na simulação de operações militares. O sistema desenvolvido pelos pesquisadores chineses não se limita a acelerar processos existentes, mas reinventa completamente a abordagem.

“Não se trata apenas de uma melhoria na eficiência, mas de uma subversão fundamental dos cenários convencionais gerados manualmente”, afirmou a equipe de pesquisa em comunicado oficial.

O Professor Fu Yanfang, líder do projeto, destacou que o avanço consiste em transformar a simulação militar de um “sistema de regras pré-programado” para um “agente inteligente em evolução autônoma”.

Inteligência artificial estrategista

A capacidade da IA de processar e analisar dados em velocidade impressionante permite que ela se torne uma verdadeira “produtora de estratégias de combate” adaptáveis a diferentes cenários.

O sistema consegue reconstruir instantaneamente milhares de possibilidades táticas envolvendo diversos “ambientes operacionais, desdobramentos de tropas e lógica de eventos”, conforme destacou a equipe de pesquisa.

Essa tecnologia fornece um “campo de testes digital para futuros confrontos competitivos por meio da interação virtual-real”, explicou Fu Yanfang ao Global Times.

Desafios da guerra moderna

A evolução da tecnologia militar responde às transformações aceleradas nos conceitos de guerra contemporânea, que cada vez mais se caracteriza pela “inteligência, operações não tripuladas, sistemas distribuídos e integração multidomínio”.

Nesse contexto, as simulações de combate tornam-se ferramentas estratégicas essenciais, cuja eficácia depende diretamente da qualidade e precisão dos cenários militares projetados.

A equipe chinesa destacou em seu comunicado que “a essência dos cenários militares é ‘abordar a realidade em um ambiente virtual'”. Porém, esse processo enfrenta desafios significativos devido à “complexidade da própria guerra e das limitações da cognição humana”.

Vantagem tecnológica do DeepSeek

O modelo de inteligência artificial DeepSeek, utilizado como base para o sistema, apresenta capacidades excepcionais de análise e reconstrução de situações complexas de combate.

“A tecnologia de modelos de grande porte DeepSeek tem uma vantagem significativa em sua capacidade de desconstruir e reconstruir situações complexas de campo de batalha por meio de treinamento em grandes quantidades de dados”, informa o comunicado oficial.

O sistema “alavanca seus poderosos recursos de reconhecimento de padrões para construir um gráfico de conhecimento multidimensional do campo de batalha”, superando limitações cognitivas humanas.

O futuro da simulação de conflitos

A integração entre o modelo de IA avançado e os cenários simulados estabelece o que os pesquisadores chamam de “sistema de ciclo fechado de ‘evolução de plano de simulação inteligente orientada por dados'”.

Essa abordagem, segundo o comunicado oficial, “está remodelando o paradigma e os caminhos do design da guerra futura”, com potencial para transformar definitivamente os métodos de planejamento militar estratégico.