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Sargento do Exército choca ao vencer Ironman em estreia deixando atletas profissionais para trás

por Rafael Cavacchini 05/05/2025
Sargento do Exército choca ao vencer Ironman em estreia deixando atletas profissionais para trás

Ela é militar, é triatleta e agora é campeã! A 3º Sargento Djenyfer Arnold, da Comissão de Desportos do Exército, surpreendeu o país ao vencer o Ironman 70.3 Brasília. Trata-se de uma das provas mais temidas do esporte nacional. Surpreendentemente, a sargento venceu logo em sua primeira participação na distância.

Com mais de 1600 atletas em cena, a competição exigia sobretudo nervos de aço. Foram 1,9 km de natação, 90 km de bike e 21,1 km de corrida. Djenyfer completou tudo em incríveis 4h01min33s, garantindo o título da elite feminina e sua vaga no Campeonato Mundial. O evento acontece em novembro, na Espanha.

Programa secreto do Exército? Conheça o PAAR, a “fábrica” de campeões

Djenyfer faz parte do pouco conhecido, mas cada vez mais influente, Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR). O programa do Ministério da Defesa funciona quase como uma fábrica de campeões fardados, reunindo atletas de elite que também são militares. Esses atletas treinam com apoio total das Forças Armadas e vêm dominando pódios dentro e fora do Brasil.

Além dela, outros três sargentos do PAAR participaram do Ironman representando o Exército. Mas o que chama atenção — e que pouca gente sabe — é que esses atletas ganham soldo, assistência médica e estrutura profissional de treinamento. 

Mas não parou por aí: generais, coronéis e até subtenente também enfrentaram o desafio

E se você acha que Ironman é só pra jovens sargentos ou atletas profissionais… se engana! O evento contou com uma tropa inteira de militares de várias patentes, incluindo um subtenente, coronéis da ativa e da reserva, majores, capitães e até um general de brigada. Eles treinaram duro por meses, encaixando sessões de natação, ciclismo e corrida entre missões militares, reuniões estratégicas e até exercícios de campanha.

É isso mesmo: homens e mulheres de farda que enfrentam rotinas exaustivas nas casernas ainda encontraram tempo para se preparar para uma das provas mais desafiadoras do mundo.

O Exército quer mais do que força: quer vencer — em qualquer arena

O recado que o Exército deu é claro: excelência física e mental não são opcionais — são parte da missão. E a competição do Ironman e o resultado obtido pela sargento e outros militares foi mais uma vitrine disso.

A doutrina militar já diz que “o esporte é a imitação do combate”. Assim, os valores que a atividade exige — como superação, disciplina, coragem e preparo — são os mesmos de um soldado em campo. Não é à toa que o Exército investe tanto nisso. Enquanto forma combatentes, a instituição também molda campeões.

Mas há quem questione: atletas ou soldados?

Apesar dos aplausos, o crescimento do PAAR também levanta dúvidas. Alguns críticos argumentam que militares-atletas passam mais tempo competindo do que treinando para a guerra. Além disso, criticam que os benefícios oferecidos pelo programa deveriam ser revistos. Outros defendem que o projeto é uma forma legítima de elevar o nome do Brasil no cenário esportivo — e os resultados estão aí para provar.

Com ou sem polêmicas, o desempenho da Sargento Djenyfer Arnold e seus companheiros no Ironman 70.3 é um tapa de luva em quem ainda duvida do preparo físico dos militares brasileiros. Em tempos de desafios complexos para as Forças Armadas, ver seus membros se destacando também no esporte é, no mínimo, inspirador.


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