Nova debandada de pilotos da FAB rumo à LATAM: o que está por trás dessa evasão da carreira militar?

A Força Aérea Brasileira (FAB) enfrenta uma crescente evasão de seus pilotos para companhias aéreas civis, especialmente a LATAM Brasil. Somente no inicio deste mês de maio, mais oito aviadores militares solicitaram desligamento da FAB para integrar a nova turma de copilotos da LATAM, que operará aeronaves Airbus A319, A320 e A321. Desses, apenas um provém da aviação de caça, enquanto os demais são oriundos da aviação de transporte.
Motivações para a transição
Entre os principais fatores que estão por trás dessa debandada estão:
- Melhor qualidade de vida: Menor número de mudanças de residência e rotina mais estável.
- Remuneração superior: Salários praticamente dobram em comparação ao serviço militar. Veja quanto ganha um piloto da FAB.
- Maior número de horas voadas: O que contribui para o desenvolvimento profissional.
Além disso, a progressão na carreira dentro da FAB, mantendo-se na função de voo, é limitada. A alternativa seria a transferência para o Grupo de Transporte Especial (GTE), sediado em Brasília, responsável pelo transporte de autoridades governamentais. No entanto, muitos pilotos evitam essa opção devido ao alto custo de vida na capital e à natureza menos operacional das missões do GTE.
Impacto na Força Aérea
Com essa nova leva de desligamentos, a FAB já perdeu 14 pilotos para a LATAM em menos de seis meses. Esse número é suficiente para comprometer a operação de um esquadrão inteiro, caso todos fossem de uma mesma unidade. Para efeito de comparação, a última turma da Academia da Força Aérea, formada em 2024, graduou 107 cadetes aviadores.
Desafios e perspectivas
A crescente saída de pilotos evidencia a necessidade de a FAB reavaliar suas políticas de retenção de talentos, oferecendo condições mais atrativas para seus aviadores. Caso contrário, a tendência é que mais profissionais optem por carreiras na aviação civil, onde encontram melhores condições de trabalho e remuneração.