Coreia do Norte testa mísseis supersônicos em novo Destroier de Guerra e acelera armamento nuclear naval

Em um cenário geopolítico cada vez mais polarizado, em que a corrida armamentista volta a ocupar o centro das estratégias de defesa, um movimento da Coreia do Norte chama a atenção do mundo.
Recentemente, o país comandado por Kim Jong-un lançou ao mar seu mais novo e avançado destroier de guerra, ao mesmo tempo em que realizou uma série de testes com mísseis e armas guiadas.
As manobras fazem parte de uma escalada militar que tem como pano de fundo uma ambição: fortalecer o poder ofensivo naval da nação asiática com foco inclusive em armas nucleares.
Novo destróier Choe Hyon reforça ambições militares
O novo destroier da Coreia do Norte, batizado de Choe Hyon, foi oficialmente lançado em 25 de abril de 2025 e já figura como a maior embarcação de guerra da frota do país.
Com 5.000 toneladas, o navio é equipado com mísseis de cruzeiro estratégicos supersônicos, mísseis balísticos táticos, sistemas de defesa aérea, radares modernos e dispositivos de guerra eletrônica.
A embarcação representa um salto tecnológico relevante para a marinha norte-coreana, que vinha operando majoritariamente com navios de menor porte e tecnologia defasada.
Testes bélicos demonstram poder de fogo
Segundo informações do portal ”R7”, entre os dias 28 e 29 de abril, o destroier participou de exercícios militares supervisionados pessoalmente por Kim Jong-un.
Durante os testes, o navio disparou mísseis de cruzeiro supersônicos, mísseis antiaéreos e canhões automáticos de 127 milímetros.
No segundo dia, as manobras incluíram o uso de armas guiadas táticas entre navios, além de testes com sistemas de interferência eletrônica e cortinas de fumaça, sugerindo capacidade de guerra multidimensional.
Segundo a agência estatal KCNA, as operações têm como objetivo integrar rapidamente o novo destroier ao sistema de defesa nacional norte-coreano.
Foco em armamento nuclear marítimo preocupa potências globais
A Coreia do Norte tem demonstrado um interesse cada vez mais agressivo em acelerar o armamento nuclear de sua marinha, movimento que reflete uma estratégia clara de dissuasão e expansão de poder naval.
Durante os testes com o destróier Choe Hyon, Kim Jong-un reforçou essa prioridade, afirmando que o país deve criar uma capacidade ofensiva marítima baseada em armamentos nucleares para enfrentar “ameaças presentes e futuras”.
Embora a KCNA não tenha divulgado detalhes técnicos sobre esse avanço, analistas apontam que o objetivo é desenvolver submarinos com capacidade de lançar mísseis balísticos nucleares, o que daria à Coreia do Norte uma capacidade de segundo ataque, elemento crucial para qualquer potência nuclear.
Caso esse projeto se concretize, o país poderá operar ogivas nucleares a partir do mar, dificultando sua interceptação e aumentando drasticamente o alcance estratégico de suas forças armadas.
Kim Jong-un planeja expansão massiva da marinha
Durante a cerimônia de lançamento do destroier, Kim não escondeu suas intenções de continuar ampliando a capacidade naval do país.
Ele propôs a construção de mais navios da classe Choe Hyon, cruzadores maiores e diversos tipos de navios de escolta a partir de 2026.
Além disso, mencionou o desenvolvimento de submarinos movidos a energia nuclear, um projeto que vem sendo ventilado desde 2023, mas que agora parece ganhar prioridade.
Em março deste ano, imagens de um suposto submarino nuclear em construção foram divulgadas pela mídia estatal, sinalizando que os planos estão avançando.
Possível apoio da Rússia e implicações geopolíticas
Segundo analistas militares sul-coreanos e norte-americanos, o avanço tecnológico do destroier pode ter contado com o apoio da Rússia.
A suspeita é de que Moscou esteja oferecendo assistência indireta à Coreia do Norte em troca de armamentos convencionais para sua guerra na Ucrânia.
Essa colaboração incluiria o fornecimento de sistemas de radar, armas antiaéreas e componentes para propulsão naval.
A crescente aproximação entre Coreia do Norte e Rússia levanta sinais de alerta entre os países do Indo-Pacífico e da OTAN, que veem nesse alinhamento um risco à segurança internacional.
Impacto regional e preocupações internacionais
A introdução do destroier Choe Hyon à marinha norte-coreana representa uma mudança de patamar nas capacidades navais do país.
Embora a Coreia do Sul e o Japão ainda mantenham superioridade naval em números absolutos e qualidade tecnológica, a possibilidade de armamento nuclear embarcado muda drasticamente o equilíbrio de poder na região.
O avanço também pressiona os Estados Unidos, que mantêm presença militar no Pacífico e têm tratado o regime norte-coreano como uma das principais ameaças à estabilidade global.